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Mostrando postagens de junho, 2015

Sentir

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Então é isso? Todos esses sentimentos, esse medo, essa angústia... É dessa saudade que falam? Ah! Como é bom poder deitar nas tuas palavras, que sempre me acalmam... Como é bom ter aqui, comigo, os teus abraços fraternos, os teus beijos eternos em um piscar de olhos. Os teus olhos, a minha janela... Querer te encontrar, roubar todos os beijos possíveis e os impossíveis, sentir os teus dedos se entrelaçando aos meus em um encaixe mais do que especial. Perfeito. A saudade aperta. Para muitos pode ser tão pouco, a distância, o tempo... Tudo tão pouco, mas não menos intenso. Acho que é isso que significa gostar de alguém. Acho que é isso querer poder te abraçar, te beijar, sentir o teu calor, sentir meu coração pulsar rapidamente, parar bruscamente e ainda assim continuar a viver. Eu quero buscar você. Buscar os nossos momentos, matar a nossa saudade, deixar que a realidade se faça presente. Eu quero sentir a minha mão tremer, o meu coração bater. Eu quero encontrar o teu olhar. Eu só quer

Pinóquio

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Acho que, na infância, todos tínhamos algum desejo oculto. Muitos queriam ser um super-herói – eu, por exemplo, desejava ser o Tai, de Digimon; não julguem –, outros queriam algum brinquedo... No fundo, o que eu mais desejava era que os meus bonecos falassem. Acho que, por ser filho único, por não ter tantos amigos e por não me identificar com a maioria das pessoas da minha idade, eu criei o meu “infinito particular”. Gostava de viver entre bonecos, livros e qualquer objeto que eu pudesse transformar em um castelo, uma fortaleza... O que eu quisesse. Dentre todas as histórias que li, a que eu mais gostava era a do Pinóquio, o boneco que queria ser gente e que não poderia mentir. Sempre fui um inimigo das mentiras. Até mesmo das pequenas. Recentemente, ao caminhar, uma notícia pairava em minha mente: “Morre o Ken Humano!”. Ironia. Morre o Pinóquio moderno: o homem – ou garoto – que queria ser boneco. De fato, minha comparação parecia ser sincera: a história estava invertida. Creio que

Arco-Íris

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O tempo passa, assim como as pessoas, os carros e seus motores, a vida. Tudo caminha em direção a algum lugar. Eu me sinto parado, preso, gélido, assustado, com medo. Medo... Dizem que, à medida que envelhecemos, ele para de nos controlar. Pura mentira. Medo de morrer, de envelhecer, de sofrer, de amar, de viver. Tantos e tantos medos. Da janela do meu quarto, eu vejo o tempo passar. A clausura me tornou inerte, frio, apático e, até mesmo, insensível. Uma criança presa no corpo de um homem com a alma de um velho. Sonhos presos no corpo de quem pode realizá-los, mas está cansado demais. A velha coragem freada pela mente de um jovem assustado. Agora chove. Em contrapartida ao meu frio coração está o calor de uma cidade tipicamente tropical. Um homem recluso em um lugar onde tudo vira festa. Perdoem-me, meus compatriotas, mas não estou disposto a viver tamanha felicidade gratuita. Sou um homem das palavras, cercado de âncoras e freios. Âncoras e freios. Estou preso e minhas forças esv