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Mostrando postagens de outubro, 2015

Carta ao Amor Finito

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Meu amor, Hoje faz um ano que te vi pela primeira vez. Um ano desde que meus olhos brilharam por você pela primeira vez. Um ano desde que vi aquela foto, sorri e pensei “Por que não?”. Hoje faz um ano desde que li teus textos pela primeira vez. Faz um ano que ouvi aquela nossa música repetidas vezes durante o dia. Hoje faz um ano que sonhei, que sorri feito um imbecil por horas e horas. Um ano desde que deitei na cama e pensei por horas se eu deveria me arriscar, se eu deveria realmente me encantar por você. Eu já estava encantado. Hoje faz um ano que a minha paz acabou. Hoje faz um ano desde que deixei meu coração amar perdidamente, se entregar loucamente a uma estúpida paixão. Hoje faz um ano que passei a dormir tarde, acordar cedo, sonhar acordado e suspirar alto. Hoje faz um ano que resolvi abrir o meu coração, que deixei, de uma forma jamais vista, alguém invadi-lo e roubar a minha alma – em tão pouco tempo. Hoje faz um ano que eu sorri. Faz um ano que tremi, gelei, suei fri

A Música. A Desilusão. A Foto.

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Uma lembrança se faz presente. Faz um ano que ouvi aquela música... Por coincidência, o calendário foi corajoso ao me lembrar que naquele domingo e nos dois seguintes, três fatos mudaram quem eu era. Três passos de um estágio sem voltas. A música que inspirou, que marcou, que motivou e que foi ouvida diariamente ao longo desses trezentos e sessenta e cinco dias (sim, por extenso para mostrar o quão longo foi esse ano). A música que me fez ser um homem determinado (em boa parte do tempo) e que me acalentou durante várias noites de amargura. A música que me fez querer partir, ficar, amar, odiar, lembrar, esquecer, tentar, compreender, tentar compreender. A desilusão. O amor conturbado que quebrou a casca que aqui existiu por mais de dois anos. A desilusão que me fez não acreditar tão facilmente no amor e na sua beleza, que me fez duvidar de amizades e que, acima de tudo, alimentou a frieza do meu coração. A desilusão que me fez desacreditar ainda mais nas pessoas e nos seus falsos “E

Tempo

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O relógio na minha frente parece mentir. Já faz tanto tempo... Tanto tempo... Eu queria poder voltar no tempo, queria poder corrigir os meus erros, não ter aceitado os teus. Eu devia ter amado mais... Eu devia ter tentado mais... Um ano se passou. Tantas coisas mudaram... Eu mudei. Fui traído por amigos e amores. Fui jogado aos leões e sobrevivi. Enfrentei tempestades, vendavais e infernos; mas nenhum deles foi capaz de me desorientar tanto quanto você. Eu mudei. Acho que me tornei um remendo de sentimentos, um boneco quebrado que foi posto à venda no fundo de uma prateleira escondida. Um velho boneco com sentimentos que insiste em olhar para o relógio e lembrar de momentos que mereciam ser esquecidos. Uma década se passou. Tantas coisas mudaram... Eu mudei. Fiz novos amigos, perdi tantos outros. Tive vários amores e hoje casei. Tenho uma esposa, filhos a caminho... Tudo parece ter se encaminhado aos poucos e eu não mais tenho notícias de você. Eu não tenho mais notícias do meu pri

Pra Nunca Esquecer – Epílogo

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Eu acho que chegou a hora de dizer adeus. Adeus não somente a quem eu era, mas ao que eu fui, ao que me tornei e ao que eu poderia me tornar. Eu acho que chegou a hora de dizer adeus aos pequenos momentos, às doces lembranças e, até mesmo, ao meu maior pesadelo: você. Acho que chegou a hora de dizer adeus aos choros intermináveis, aos pesos insuportáveis e à firmeza inabalável. Chegou a hora de dizer adeus a tudo aquilo que existiu entre nós dois. Pra nunca esquecer, eu permiti me perder, permiti que o meu coração fosse o mais louco dentre todos os corações, com uma batida única e forte. Pra nunca esquecer... Pra nunca esquecer das nossas músicas, das nossas lembranças, das nossas mágoas, dos meus choros. Pra nunca esquecer o nosso amor. Desde criança, eu sempre quis lembrar. Aliás, desde sempre, meu maior medo foi justamente esquecer. E agora, me vejo preso em um final, escrevendo um epílogo, um triste epílogo onde não há finais felizes – se é que há um final! Pra nunca esquecer

O Quarto

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Eu poderia fechar as janelas, mas a música me parecia tão condizente ao momento. Por mais que as paredes fossem velhas, que o chão estivesse sujo e que eu estivesse em meio a lágrimas com uma garrafa de vodka em uma das minhas mãos, eu poderia dizer que havia beleza naquele momento. Tantas pessoas falam que homens não choram, mas estão enganadas. Homens choram. É como se fosse o fim de uma história. É como se todos os meus sonhos tivessem chegado ao fim e eu estivesse preso ali, mas com as janelas e portas destrancadas me esperando para sair daquele fétido lugar. Eu poderia sair, eu deveria sair; mas eu não conseguia. Após tanto tempo, após tantas feridas terem ficado em aberto, eu me vi perdido, sem esperança, com o coração vazio. As circunstâncias que haviam me levado até ali foram as mais banais: traições, mentiras, jogos mentais... Enfim, coisas que todos dizem que “vai passar”. Não... Não vai passar tão fácil quando você só estiver acostumado a elas, quando você passar anos e

Amar o Amor

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Há uma linha tênue entre o amor e a dor. Há um espaço vazio entre as paredes do meu coração. Acho que passamos a nossa vida toda na expectativa de encontrar alguém, de nos preencher, de conhecer alguém que nos faça suspirar. Um alguém que nos “complete”. Em todas as minhas experiências aprendi que, mesmo com as diferenças, não há complementação. Não há um sentido bom em ser “completado”. Na física do amor, opostos não se atraem. Ok. Temos nossas exceções... Mas, no fundo, a verdade é que quando há o amor e a vontade de estar junto, as diferenças parecem nem existir. Por mais que tentemos repelir esse alguém, algo parece nos puxar de volta para aquela pessoa. Há um erro na lógica da vida. A partir do momento em que pensamos precisar de alguém para sermos felizes, depositamos todas as nossas fichas nessa esperança, nessa vil esperança de que alguém (além de nós mesmos) será capaz de fazer aquilo que sequer conseguimos. Antes de encontrar alguém, precisamos nos encontrar. Antes de amar

A Graça do Amor

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As portas se fecharam. As palavras não conseguem mais sair. Eu poderia inventar dialetos, criar neologismos, pintar quadros, compor músicas; mas eles seriam incapazes de expressar os meus sentimentos. A escuridão parece inevitável e, aos poucos, pareço voltar àquele “eu” de outrora, um eu invernal, frio, calado e sem perspectivas nem anseios de aquecer o coração. Coração... Sempre tão estúpido e idiota... Coração... Órgão tão essencial... Não consigo compreender o amor. Eu até que tentei (juro!), mas não consegui. Sentimentozinho complicado, confuso e aterrorizante. Não “podemos” nos apaixonar por quem se parece conosco, afinal seria um romance sem desafios. Não “podemos” nos apaixonar por quem nos é tão diferente, afinal seria um romance sem futuro. Não “podemos” sequer nos apaixonar rapidamente, afinal somos loucos de viver tamanha intensidade. Não “podemos” ter paciência no amor, afinal o coração é feito para sentir as dores e os amores onde e quando eles vierem. Acho que, no fu