Barreira de Sentimentos

  “O mundo não é aquilo que você esperava, com o qual sonhava ou aquilo que foi desenhado para você. Ele tem a sua própria maneira de ser.” – Monja Coen e Nilo Cruz (em Zen Para Distraídos) Eu sonhava em crescer. Achava que quando eu fosse grande tudo seria mais fácil, mais leve. Eu poderia fazer tudo, dominar o mundo, me apaixonar, viver as mais grandiosas aventuras. Bem... As coisas não foram como planejei. Pouco-a-pouco, tudo pareceu desmoronar. Hoje não sou nem um terço do que eu pretendia ser quando tinha os meus catorze anos. Tudo mudou. Nada foi como eu planejei... Talvez, se tivesse sido, eu teria me tornado alguém bem diferente do que sou e, provavelmente, não seria nada feliz. Acho que, aos poucos, conforme vamos nos conhecendo, acabamos por escolher novos caminhos – alguns errados, outros não – que nos levam a um futuro completamente diferente do que um dia imaginamos. A verdade é que, por mais que as outras pessoas tentem nos moldar, por mais que criemos certas ilus

Uma das coisas que tenho tentado trabalhar em mim nos últimos tempos é a capacidade de falar sobre aquilo que me machuca. Esse tem sido um dos meus maiores desafios. Passei boa parte da minha vida silenciando o que sinto, ignorando tudo aquilo que me machucasse simplesmente porque a maioria das pessoas dizia não ser relevante ou importante. Era sempre uma “besteira” ou “bobagem” ou, até mesmo, um simples “drama”. Acho que, por isso, fui crescendo um pouco mais envolto da minha própria casca, criando uma certa barreira de sentimentos para evitar que as coisas do mundo lá fora pudessem me afetar. Se eu não podia sentir, de que me adiantaria simplesmente viver? A verdade é que só consegui há pouco tempo perceber o quão cruel eu estava sendo comigo mesmo. Pela vontade de me fazer ser incluso e aceito em determinados espaços, acabei silenciando as minhas dores, as minhas angústias. Afinal de contas, o que eu sentia nem parecia ser tão importante assim. Dia desses, ao tentar falar so

Laura sempre cresceu cercada de amor. Mesmo com o abandono da mãe, o restante de sua família sempre foi primordial para suprir toda e qualquer falta. Ninguém pode dizer que a menina não sofria e que o fato dificultava diversos momentos de sua vida, mas conforme seu crescimento, a mulher vai entendendo que pequenos desafios são necessários para nosso amadurecimento e entendimento do mundo ao redor e do nosso interior. A história conta de forma dinâmica e simples, alguns episódios da vida de nossa mocinha desde sua juventude, com a descoberta de seu novo talento, até sua vida adulta, dividindo sua vida com as pessoas que ama. Em uma história regada a romances, música, dificuldades e muito aprendizado, nossa protagonista nos mostra e aprende que com amor, pessoas certas e alguns obstáculos, podemos continuar vivendo e sendo felizes nessa louca e divertida viagem, que é a vida. Autora: Pâmela Labarca Capa:

  “Há um grande consolo em simplesmente fazer algo que se ama.” – Jojo Moyes (em Ainda Sou Eu) Ao longo da minha vida, tive diversas versões de mim mesmo. Algumas delas foram mais felizes, outras foram mais verdadeiras com quem eu realmente sou, outras me surpreenderam inesperadamente ­– de forma positiva ou não. Entretanto, acho que só consegui me enxergar como alguém genuinamente realizado quando, pela primeira vez na minha vida, resolvi agir de modo a enfrentar os meus medos, as minhas inseguranças e, finalmente, fazer o que eu realmente desejava fazer. Talvez esse seja um daqueles discursos otimistas clichês em que alguém fala sobre a importância de fazer algo que ama, mas essa não é a minha intenção – ou talvez isso esteja inserido no que desejo trazer de um modo ou de outro. A verdade é que, muitas vezes, é doloroso sermos quem realmente somos, fazer aquilo que amamos. Precisamos romper com certas visões já estabelecidas sobre nós mesmos e sobre o mundo. É uma espécie de lu

O peso do meu corpo me impulsiona contra o chão. A superfície parece não mais me suportar. Estou exausto. As forças se esvaem lentamente, como se algo estivesse a sugar toda a minha energia vital. Pareço estar em meio a um redemoinho, algo que parece me sugar e, ao mesmo tempo, me arremessar a uma longa distância. O meu corpo já não me responde mais. Os meus pensamentos se perdem em meio à escuridão dos meus dias. A minha cabeça – cada vez mais pesada – parece estar em uma atividade repetitiva e extenuante. Não tenho mais forças. Pareço ter me tornado uma marionete que é comandada pelos seus próprios medos, pelas minhas próprias angústias. Tenho me tornado um refém de mim. A cada dia que passa, sinto-me controlado cada vez mais por tudo aquilo que me assombra, por tudo aquilo de ruim que carrego como resquício de histórias passadas. Sobras do tempo. Excessos de vida que me fazem sentir mais do que eu deveria – e queria – sentir. Sou refém das minhas próprias palavras, dos meus próprios

Adrian Doria (Mario Casas) é um empresário de sucesso que acorda em um quarto de hotel após ter sido golpeado na cabeça e encontra sua ex-amante, Laura Vidal (Bárbara Lennie), morta no banheiro com notas de euro espalhadas pelo chão. Surpreendido pela segurança do hotel, Adrian percebe ter sido vítima de uma armação. Além disso, o quarto fora trancado por dentro e ninguém poderia ter saído ou entrado nele. Ao ver o seu império desmoronar, Adrian recorre à melhor advogada de defesa da Espanha, Virgínia Goodman (Ana Wagener), na esperança de descobrir quem matou Laura e o que realmente aconteceu naquele quarto de hotel.    Classificação: 14 anos. Duração: 1h46min. Elenco: Mario Casas, Ana Wagener, José Coronado, Bárbara Lennie, Francesc Orella, Paco Tous e outros. Direção: Oriol Paulo. Trailer:  Pôster:

  “Por um tempo, ela deixou que o mundo a magoasse até que chegou à conclusão de que era mais seguro não ser ela mesma de jeito nenhum.” – Jojo Moyes (em Ainda Sou Eu) Por muito tempo, eu me vi preso aos meus medos. Era como se eu fosse constantemente definido apenas pelas minhas mágoas, por tudo de ruim que havia me ocorrido. Aos poucos, fui me fechando em volta de mim mesmo. Era como se não houvesse nada mais além da dor. Deixei de viver muitas coisas pelo medo de me machucar novamente. Vivia sempre na defensiva e esperando apenas o pior do mundo ao meu redor. Nada parecia me alegrar, nada parecia me fazer sorrir... Eu havia me tornado um daqueles terríveis clichês da amargura. Um garoto assustado preso no corpo de um homem que não sabia como agir diante do mundo. Demorou muito tempo para que as coisas mudassem. Foi um processo lento, complicado e nada gradual. Foram altos e baixos intermináveis que eu sequer sabia como lidar... Eu tinha medo de viver, medo de me arriscar, me

Às vezes tento encontrar, fora de mim, uma saída para que eu possa voltar a me enxergar com outros olhos. Talvez olhos mais doces e ternos, olhos de quem ama... Talvez seja isso o que eu mais tenha desejado nos últimos tempos: me olhar com gentileza, com cuidado, com amor. A verdade é que, ao longo dos últimos anos, eu tenho me perdido cada vez mais em mim mesmo, como numa terrível tentativa de me proteger do mundo lá fora, das crueldades cotidianas, das banalidades assustadoramente reais. Eu tenho desejado fugir do lá para o cá, para dentro de mim, de quem eu sou de verdade. Porém, quanto mais fujo, mais pareço me perder da minha própria história. Tenho desejado um recomeço, uma nova forma de enfrentar a vida. Um jeito novo de poder me amar e viver sem me preocupar com os inúmeros “se” que aparecem em meus pensamentos, sem hesitar, sem cogitar uma fuga maior ainda. Eu tenho tentado viver em mim mesmo. Tenho tentado me proteger daquilo que mais me fere. Tal tentativa parece não t

“WandaVision” é uma série da Marvel Studios lançada em janeiro de 2021 no Disney+. A série é protagonizada por Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen) e Visão (Paul Bettany) – apresentados no Universo Cinematográfico da Marvel em “Vingadores: Era de Ultron”. A trama acompanha a história do casal em um subúrbio estadunidense através de algumas décadas, fazendo alusão a sitcoms clássicas de cada período. Porém, nada é o que parece ser, principalmente pelo fato de Visão ter sido morto por Thanos (Josh Brolin) em “Vingadores: Guerra Infinita”. Quem o ressuscitou? O que está acontecendo com o povo de Westview? E o mais importante: quem está por trás de tudo isso? Classificação: 10 anos. Número de Episódios: 9 episódios (1 temporada). Elenco: Elizabeth Olsen, Paul Bettany, Teyonah Parris, Kathryn Hahn, Kat Dennings, Randall Park e outros. Trailer:  Pôster:

“Ah, Louisa, podemos nos agarrar à magoa por conta de um orgulho equivocado ou podemos simplesmente nos entregar e aproveitar o tempo precioso que nos resta.” – Jojo Moyes (em Ainda Sou Eu) A pandemia tem me feito refletir sobre o tempo que nos resta. Às vezes parecemos viver presos às nossas mágoas, às nossas decepções... Nunca tive medo de pedir perdão e, muito menos, de perdoar. Na verdade, sempre me admirei por tal atitude – mesmo sendo taxado como “besta” ou “trouxa”. Acho que o perdão, por mais difícil que ele seja, muitas vezes é impedido por um mero orgulho bobo que nos impede de fazer aquilo que realmente queremos. Parece que temos uma tendência a querermos estar certos, a dar uma última palavra... É como se vivêssemos em uma constante batalha de egos que nos impede de assumir os nossos desejos pelo simples medo de deixar de ganhar um jogo que talvez exista no nosso campo social. Às vezes, com tanto orgulho, tentamos não perder a pose e acabamos por deixar de viver a

Você partiu. Foi embora sem me dar um mísero adeus. Deixou a porta aberta e sequer olhou para trás, como se nada daquilo que estivesse ali importasse. Absolutamente nada. A verdade é que acho que você nunca me amou. Não como talvez eu tenha sido capaz de te amar. Foi você quem me ensinou a amar. Não aquele amor-utopia que crescemos acreditando que exista e que seja terrivelmente perfeito. Você me ensinou o amor real, aquele que surge quando, mesmo encontrando inúmeros defeitos em alguém, continuamos a amar. É... Acho que você foi o meu primeiro amor real. Não que os outros tenham sido algum tipo de mentira, mas com você... Tudo foi diferente. Antes, eu acreditava que me apaixonaria por pessoas perfeitas, sem defeitos – e, quando estes insistiam em aparecer, o “vidro” da minha percepção parecia se quebrar. Não havia como voltar atrás. Porém, ao teu lado, não... Eu me apaixonei por você mais de uma vez, descobrindo a mulher imperfeita por trás daquele sorriso dissimulado. Eu quis c

  “Admirável Mundo Novo” é um dos clássicos da literatura do século XX e mostra uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Autor: Aldous Huxley