Sentimento #036 – Amar o que se faz


 “Há um grande consolo em simplesmente fazer algo que se ama.”

– Jojo Moyes (em Ainda Sou Eu)

Ao longo da minha vida, tive diversas versões de mim mesmo. Algumas delas foram mais felizes, outras foram mais verdadeiras com quem eu realmente sou, outras me surpreenderam inesperadamente ­– de forma positiva ou não. Entretanto, acho que só consegui me enxergar como alguém genuinamente realizado quando, pela primeira vez na minha vida, resolvi agir de modo a enfrentar os meus medos, as minhas inseguranças e, finalmente, fazer o que eu realmente desejava fazer.

Talvez esse seja um daqueles discursos otimistas clichês em que alguém fala sobre a importância de fazer algo que ama, mas essa não é a minha intenção – ou talvez isso esteja inserido no que desejo trazer de um modo ou de outro. A verdade é que, muitas vezes, é doloroso sermos quem realmente somos, fazer aquilo que amamos. Precisamos romper com certas visões já estabelecidas sobre nós mesmos e sobre o mundo. É uma espécie de luto – em seu sentido de perda e não apenas de morte – em que sentimos um corte profundo, como uma planta que acaba de ser retirada de um vaso apertado e que acaba perdendo suas raízes no processo.

Viver genuinamente de acordo com os nossos desejos é algo difícil – chegando, até mesmo, a ser impossível para algumas pessoas. Talvez seja por isso que fazer algo que amamos traga um certo consolo – ou uma enorme dose de felicidade –, porque, muitas vezes, sabemos o quão difícil é fazer isso. Se conhecer, se amar, se aceitar, fazer o que amamos... Tudo isso é muito mais doloroso e conflitivo do que os textos motivadores demonstram ser. 

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