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Mostrando postagens de outubro, 2020

Dica de Série: Alguém tem que morrer (2020)

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  “Alguém tem que morrer” é uma minissérie lançada pela Netflix no dia 16 de Outubro de 2020. A trama se passa na década de 1950, na Espanha, quando o jovem Gabino (Alejandro Speitzer) volta para casa após anos morando no México com seus avós maternos. Em sua casa, ele reencontra seus pais, Mina (Cecilia Suárez) e Gregorio (Ernesto Alterio), e sua avó, Amparo (Carmen Maura). Porém, a volta de Gabino é marcada pelo seu acompanhante, o jovem Lázaro (Isaac Hernández) – um bailarino clássico – o que começa a levantar rumores sobre a sexualidade de ambos e o tipo de relação que eles mantêm. Enquanto tenta enfrentar o preconceito, Gabino precisa também lidar com um segredo do passado de sua avó e com o casamento arranjado por seu pai com a jovem Cayetana (Ester Expósito). COMENTÁRIO: Confesso que fui assistir a “Alguém tem que morrer” sem muitas expectativas. Por já ter acompanhado o trabalho da Ester Expósito em Elite, resolvi me arriscar em acompanhar a série. Ter 3 episódios traz uma gr

Sentimento #011 – Perdão

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  “Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.” - Nelson Rodrigues Uma das coisas que mais detesto dentro da lógica cristã – e que acabou se expandindo como um paradigma da bondade – é a noção de que devemos sempre perdoar. Sim. Eu acredito que o perdão é algo extremamente belo e que viver na lógica de uma mágoa é algo danoso para o nosso bem-estar físico e, principalmente, emocional. Porém, eu não acredito nessa ideia de que devemos passar uma borracha sobre o que aconteceu e seguir as nossas vidas como se nada tivesse acontecido. Trata-se de uma verdadeira crueldade contra o nosso próprio querer. Isso me remete à ideia do perdão que não é genuíno. Na verdade, acredito que devemos perdoar quando quisermos, quando nos sentirmos preparados para isso. O perdão não deve ser uma mera obrigação.   Creio eu que certas coisas são irremediáveis e imperdoáveis, que nos ferem e nos machucam da mais cruel forma possível. Não acredito que devamos perdoar simplesmente porqu

Te Peço Perdão

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Te peço perdão, mas eu preciso partir. Tem doído mais do que tudo nos últimos dias e eu sinto que não posso suportar por muito tempo. Sinto a minha carne rasgar a cada mentira, a cada engano, a cada simples bobagem. Com você, tudo tem se tornado mais doloroso do que seria. Acho que é por esta ser a enésima vez em que você faz algo que me fere com a desculpa de ser "sem querer", mesmo que eu já tenha te dito isso inúmeras vezes... Você parece não me escutar. Parece não se importar. Tem horas que, por muito pouco, acabo indo em direção à impressão de que você parece querer me ferir. Como se fosse de propósito, intencional. Seria cruel pensar dessa forma. Não apenas por mim, mas por você também. Não posso negar as inúmeras vezes em que você segurou as minhas mãos na hora de dormir, me apertando com força e me dizendo para não desistir... Eu seria ingrato se não reconhecesse isso. Porém, mesmo assim, você insiste em me ferir. Não creio ser intencional. Talvez eu tenha dem

Dica de Série: Emily in Paris (2020)

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  “Emily In Paris” é uma série de comédia romântica lançada pela Netflix em 02 de Outubro de 2020. Na história, acompanhamos Emily Cooper (Lily Collins), uma jovem estadunidense que, sem saber falar francês, é enviada no lugar de sua chefe para trabalhar em uma empresa em Paris. No trabalho, Emily precisa lidar não apenas com a sua dificuldade em falar francês, mas também com os colegas de trabalho Julien (Samuel Arnold) e Luc (Bruno Gouery), que volta e meia a alfinetam e parecem rejeitá-la no espaço, além de Sylvie (Philippine Leroy-Beaulieu), sua nova chefe, que parece não gostar dela. Em meio a essa mudança de vida, Emily conhece Gabriel (Lucas Bravo), um jovem que mora no mesmo prédio que ela e que acaba atraindo a sua atenção – mesmo ela tendo um namorado nos Estados Unidos. COMENTÁRIO: “Emily In Paris” é uma série um tanto quanto ambígua para mim. Além de trazer inúmeros estereótipos sobre o estilo de vida francês – o que, inclusive, ocasionou inúmeras críticas à série –, acho

Sentimento #010 – Saudade

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“Saudade: presença dos ausentes.” - Olavo Bilac Eu sinto saudade. Tanta saudade... Saudade das tuas histórias, dos teus sorrisos, das músicas que você me colocava para ouvir, dos lugares que você insistia em me mostrar. Saudade dos teus abraços apertados, da tua gargalhada, de todas as coisas boas que vivemos e de todas aquelas outras que poderíamos ter vivido. Saudade dos nossos laços, da nossa cumplicidade. Saudade de ver você, de estar com você. Saudade que não cabe em mim e que parece nunca diminuir. Como eu queria ter te dado um último abraço... Como eu queria que você visse quem eu me tornei. Como eu queria que você estivesse aqui.

4h da Manhã

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  São 4h da manhã. Lá fora o sol começa a surgir no céu, os carros começam a ser mais frequentes nas ruas. O barulho do ventilador me aquieta – têm sido noites quentes. Dentro de mim, jorra um sangue metafórico que, pela sua intensidade – e pela dor que provoca –, parece ser mais real do que tudo. Todo mundo já deve ter tido um ou dois momentos de ansiedade ao longo da vida, mas viver com ela de forma frequente é quase como um pedido de socorro constante – como se nada pudesse te fazer parar de pensar, de sentir, de sofrer. A dor que emerge é pelo receio, pelo medo, pelo não saber o que fazer. Uma simples conversa, uma conta a pagar, um trabalho que você esqueceu de fazer... Tudo se torna a pior das tempestades. Parece que vou, pouco a pouco, sendo consumido pela minha própria angústia, pelos meus próprios medos e receios. As pessoas ao redor dizem para que eu não me sinta assim, alegam também ser ansiosas, mas – de uma forma extremamente milagrosa (ou por uma terrível imbecilidade

Dica de Filme: The Boys In The Band (2020)

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  “The Boys In The Band” é um filme lançado pela Netflix no dia 30 de setembro de 2020. É uma obra baseada na peça teatral escrita por Mart Crowley em 1968 e adaptada também por ele, junto a Ned Martel. O elenco é formado por atores que participaram da adaptação da peça para a Broadway em 2018, produzida pro Ryan Murphy, que também é o produtor do filme. Na trama, acompanhamos Michael (Jim Parsons), um homem gay que está promovendo uma festa de aniversário em seu aniversário para Harold (Zachary Quinto), junto a outros amigos, também gays – Donald (Matt Bomer), Larry (Andrew Rannells), Emory (Robin de Jesús), Bernard (Michael Benjamin Washington) e Hank (Tuc Watkins). Durante a festa, Michael recebe a visita de um antigo colega de faculdade, Alan (Brian Hutchison), um homem heterossexual e extremamente preconceituoso. Além disso, chega também ao apartamento Cowboy (Charlie Carver), um garoto de programa contratado por Emory como presente para Harold. Porém, uma forte chuva faz com que

Sentimento #009 - Esquecer

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“A gente implora a Deus para que nos ajude a esquecer um amor quando na verdade não é esquecer que precisamos: é lembrar corretamente.” - Martha Medeiros Acho terrível essa ideia de que devemos esquecer os amores que acabam. Parece ser uma tentativa imbecil de tentar apagar uma parte das nossas vidas que, querendo ou não, influencia em quem nós somos. Sim. Eu sei que nem todas histórias de amor têm um final feliz e que, muitas delas, são marcadas por mágoas, decepções e eteceteras. Na verdade, eu acredito que, mesmo assim, mesmo com toda dor e todo sofrimento que essas histórias possam nos causar, elas acabam influenciando em quem nós somos. Seja nos aspectos positivos ou nos negativos. É inútil tentar apagar o nosso passado, esquecer certas histórias. Sejam erros dos outros ou nossos, esses momentos fazem parte de quem somos. Acredito que a saída não seja esquecer e, muito menos, reviver esse passado dia após dia. Acho que, no fim das contas, só nos resta aceitar o que acontec

Entre Sonhar e Viver

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Acredito que, desde cedo, deveriam nos ensinar a lidar melhor com as nossas emoções e as nossas expectativas. Somos lançados ao mundo e, logo depois, sonhos e planos nos são lançados. Parecemos ser forçados a sonhar. ­– O que você quer ser quando crescer? – Quando você casar, quando você tiver filhos... E então vamos crescendo, com idealizações de uma vida adulta perfeita. Iremos passar no primeiro vestibular que fizermos, anos depois iremos conhecer a pessoa dos nossos sonhos, ao final da graduação iremos noivar, conseguir um bom emprego, casar, ter dois filhos, adotar um cachorro e então seguiremos assim até o resto das nossas vidas. Eu demorei um pouco pra perceber que a vida adulta não é tão simples assim. Não conseguimos viver nessa bolha idealizada que nos é imposta. Talvez possa haver quem alcance essa utopia da adultez, mas não acredito que essa seja a regra. Quem sabe seja uma exceção ou, como eu disse, algo simplesmente utópico... A verdade é que, enquanto crescemos

Dica de Série: Bom Dia, Verônica (2020)

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  “Bom Dia, Verônica” é uma série brasileira lançada pela Netflix no dia 01 de outubro de Netflix. Na trama, acompanhamos Verônica Torres (Tainá Müller), uma escrivã da polícia que presencia o suicídio de uma mulher que foi vítima de estupro. A partir daí, durante uma entrevista, Verônica se coloca disponível para que mulheres que sofram qualquer tipo de violência possam procurá-la. É aí que ela conhece Tânia (Aline Borges) vítima do mesmo estuprador de Marta (Julia Ianina) – a garota que se suicidou – e Janete (Camila Morgado), uma mulher que é casada com um policial que, além violentar sua própria esposa, violenta outras mulheres. Em busca de justiça para essas mulheres, Verônica acaba se vendo no meio de um grande esquema de corrupção, colocando em risco a sua vida, do seu marido e de seus dois filhos. COMENTÁRIO: “Bom Dia, Verônica” foi uma das melhores surpresas que tive nos últimos tempos. A série, que inicialmente parece ser mais um clichê policial brasileiro com palavrões e cen

Sentimento #008 - Sobre as Expectativas

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“Do deserto do norte devia chegar a sorte, a aventura, a hora milagrosa, que, pelo menos uma vez, cabe a cada um. Para essa vaga eventualidade, que parecia tornar-se cada vez mais incerta com o tempo, os homens consumiam ali a melhor parte das suas vidas” “Alguma coisa de diferente ainda deverá acontecer, alguma coisa de realmente digno, de que se possa dizer: agora, mesmo que tenha acabado, paciência” - Dino Buzzati (em O Deserto dos Tártaros) Às vezes parecemos idealizar tanto o futuro. Parece que aquela esperança desmedida de que “tudo vai ficar bem” ou que “uma hora alguém chegará” nos tomam por completo, como uma daquelas maldições de filmes em que as pessoas parecem viver em uma outra dimensão e se esquecem da realidade. Passamos, então, a viver em função daquela esperança, com uma ansiedade tremenda que nos consome, nos angustia. E então, muitas vezes, quando chega o tão esperado dia, nada é como planejamos. Tudo muda. Acho que, na verdade, é disso que esquecemos: tudo m

Quando Tudo Isso Acabar

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Quando tudo isso acabar, eu já decidi: pretendo fazer várias coisas que tenho vontade e que ainda não pude fazer. Talvez eu tome tequila, talvez eu vá ao cinema sozinho, talvez eu sente em um bar e finja ser alguém que eu não sou. Talvez eu viaje para algum lugar isolado ou para um lugar agitado – e olha que eu nem gosto tanto assim de viajar. Talvez eu vá para uma praia – embora eu não seja tão fã assim delas. A verdade é que, quando tudo isso acabar, eu quero experimentar as mais diversas coisas que a vida tem para oferecer. Acho que talvez todo esse caos tenha me proporcionado uma das experiências mais reveladoras sobre mim mesmo. Foi preciso que o mundo praticamente parasse para que eu começasse a enxergar certas coisas – não apenas sobre mim, mas também sobre as pessoas ao meu redor. Foi em meio ao caos da pandemia que eu acabei (re)encontrando e (re)conhecendo um pouco mais do meu amor próprio. Em meio a tudo isso que tem acontecido, em meio às minhas crises de ansiedade, ao

Dica de Série: Ratched (2020)

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  Ratched é uma série de drama e de thriller psicológico desenvolvida por Ryan Murphy (American Horror Story, Glee, American Crime Story, Hollywood e outras) lançada pela Netflix em 18 de setembro de 2020. A série conta a história de origem de Mildred Ratched (Sarah Paulson), a macabra enfermeira do livro e do filme “Um Estranho no Ninho”. Na trama, Mildred consegue um emprego no Hospital Estadual de Lucia dias antes da chegada do assassino Edmund Tollesson (Finn Wittrock), preso por matar quatro padres de forma brutal. Enquanto tenta se manter no emprego a todo custo, Mildred acaba se encantando pela secretária de imprensa do governador da Califórnia, a doce Gwendolyn Briggs (Cynthia Nixon), ficando dividida entre a paixão e seus próprios preconceitos, em uma época onde a homossexualidade era considerada uma doença. COMENTÁRIO: Para quem assiste American Horror Story, é fácil notar semelhanças de Ratched com algumas temporadas da antologia de terror (como Asylum, Freakshow e Hotel),