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Mostrando postagens de agosto, 2020

(Im)Possível

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  Eu nunca te disse - nem em linhas corridas nem em pequenos gestos - o quanto fui feliz em te amar. Sim... Eu te amei. Acho que do meu jeito torto, inseguro e errante foi amor. Ainda me lembro como se fosse hoje daquela segunda-feira à tarde. Conversamos na noite anterior e ali continuamos o nosso papo aleatório sobre coisas que nem lembro mais quais eram. Ali você me encantou – com o teu jeito espontâneo, decidido e incrivelmente feliz de ser. Naquela noite, o meu único plano era ficar em casa. Resolvi fingir o acaso e aparecer no mesmo lugar em que você estaria. Não sei se você caiu na minha desculpa de que eu estava ali por acaso... Saiba que não foi. Acho que tivemos tantas idas e vindas que, no fundo, só ficou uma mistura de saudade, de desejo e de curiosidade do que poderia ser. Talvez tenha sido assim entre nós. Éramos - e somos - sempre tão distintos, tão distantes, tão antônimos. Você a intensidade, eu a calmaria. Eu a desilusão e você a esperança. Até que, quando ent

Dica de Filme: Me Chame Pelo Seu Nome (2017)

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  “Me Chame Pelo Seu Nome” é um filme de drama e romance lançado em 2017. A trama se passa em 1983 e conta a história do adolescente Elio Perlman (Timothée Chalamet), que vê a sua vida ser modificada com a chegada de Oliver (Armie Hammer) – um acadêmico que veio auxiliar seu pai com uma pesquisa – à casa de verão de sua família na Itália. Elio imediatamente se vê incomodado com a presença de Oliver e o seu jeito meio expansivo, mas, aos poucos, os dois começam a se aproximar e acabam se apaixonando, vivendo um romance proibido e escondido que mudará a vida de ambos para sempre. Avaliação no IMDb – 7,9/10 Avaliação no Rotten Tomatoes – 86% Classificação: 14 anos Duração: 2h11min Elenco: Armie Hammer, Timothée Chalamet, Michael Stuhlbarg, Amira Casar, Esther Garzel e outros. Direção: Luca Guadagnino Disponível no Amazon Prime na data desta publicação. Trailer: Pôster: 

Sentimento #002 - Sobre os amores ideais e reais

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  “Dessa vez era um amor mais realista e não romântico: era um amor de quem já sofreu por amor”. - Clarice Lispector Eu consigo me lembrar perfeitamente a visão que eu tinha sobre o amor quando era criança. Eu acreditava que um dia eu iria me apaixonar pela garota ideal, perfeita, que ela iria ter os gostos parecidos com os meus. Nos conheceríamos, nos apaixonaríamos e, alguns anos depois, iríamos casar e ter filhos. Seríamos felizes para sempre. Qual não foi a minha surpresa ao ter uma decepção amorosa pela primeira vez... Acredito que, a cada desilusão, aquele ideal de amor foi, aos poucos, se dissolvendo. Uma nova forma de amar surgiu. Algo mais real, mais sutil, com um ar de cautela, mas sem deixar de ter aquelas características arrebatadoras do amor. Acho que há, também, um certo medo, uma dificuldade em se entregar, em se permitir. Talvez seja normal... Só quem já teve o seu coração partido sabe a intensidade da dor que pode surgir quando se ama alguém. Eu ainda sigo ac

Eu Precisava Partir

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  Acho que, depois de tanto tempo, eu preciso me despedir de você. Não do nosso amor – porque esse se foi há muito tempo –, mas da nossa dor. Essa eu não consigo mais carregar, muito menos suportar. É preciso deixá-la ir. Eu ainda me lembro de quando te vi pela primeira vez. Você corria em direção a mim com os braços abertos. O sorriso estampado na cara, os olhos brilhando. Acho que, ali, eu já sabia que iria te amar. O tempo passou. Trocamos juras de amor, fizemos promessas... Era como se eu vivesse um sonho, um conto de fadas moderno no qual eu esperava um final feliz. Eu não sei em que momento nos perdemos. Acabamos por nos magoar inúmeras vezes e, no fim das contas, eu escolhi partir. Hoje eu sei o quanto você me odiou por aquilo, mas eu precisava ir embora. Eu precisava partir. Enquanto eu carregava as malas, vi o seu reflexo pelo espelho. Você me olhava com um olhar triste. Parecia querer que eu voltasse e dissesse que estava tudo bem, que eu iria, mais uma vez, suportar

Dica de Filme: Durante a Tormenta (2018)

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  “Durante a Tormenta” é um filme de suspense espanhol que conta a história de Vera Roy (Adriana Ugarte), uma mulher casada e feliz que se muda para uma casa nova com o marido e a filha. Ao arrumar o lugar, ela encontra uma fita de 1989, onde o pequeno Nico Lasarte (Julio Bohigas-Couto) gravava uma música cantada por ele. Naquela noite, ao atravessar a rua, Nico foi atropelado e morreu. Graças a uma misteriosa tempestade elétrica, Vera consegue se comunicar com o garoto e o impede de atravessar a rua. Porém, ao acordar, ela descobre que toda a sua vida foi modificada e que agora ela não é mais casada e que a sua filha deixou de existir. Enquanto busca descobrir o que está acontecendo, Vera precisa correr contra o tempo, vendo-se no dilema ético entre salvar a vida de sua filha ou a do garoto desconhecido. Avaliação no IMDb – 7,4/10 Avaliação no Rotten Tomatoes – 74% Classificação: 16 anos Duração: 2h8min Elenco: Adriana Ugarte, Chino Darín, Javier Gutiérrez, Álvaro Morte, Nora

Sentimento #001 - Sobre as nossas mudanças ao longo do tempo

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  “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” - Fernando Teixeira de Andrade* Uma das coisas sobre as quais mais tenho refletido nos últimos tempos é sobre as mudanças pelas quais passamos ao longo da vida. Volta e meia olho para trás e sinto orgulho de quem me tornei, de tudo o que construí e também de tudo o que desconstruí. Acredito que a vida seja assim... Um mudar constante. Uma das coisas que mais me encanta na Psicologia – e em especial, na Gestalt-terapia – é a noção de Ajustamento Criativo. Esse representa a forma como agimos diante de algo novo que emerge na nossa vida, seja algo positivo ou negativo. Acredito que vivemos nesse ajustar-se contínuo. Seja nas coisas mais simples ou nas mais complexas... Nunca seremos quem fomos anos atrás e jamais

Uma Nova Barreira de Sentimentos

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  Quando, lá em 2012, resolvi criar o “Barreira de Sentimentos”, eu, com toda a certeza do mundo, não era o cara que sou hoje em dia. Lá, havia um menino assustado, com medo, angustiado, cheio de incertezas sobre o futuro, sobre o amor, sobre profissões... Sobre a vida... Assim como em “Dom Casmurro” Bentinho questiona se a Capitu da Praia da Glória estava dentro da de Matacavalos, eu me questiono se o meu Eu de 2020 estava dentro do de 2012. Ou, melhor ainda, volta e meia também costumo me indagar se o meu Eu de 2012 ainda permanece dentro daquele que sou hoje em dia.   Acredito que, no fundo, aquele Eu de oito anos atrás ainda esteja aqui – como se fosse um denominador comum –, mas que se modificou bastante. Foram tantas coisas, tantas histórias – algumas compartilhadas aqui em primeira pessoa, outras sob a alcunha de alguma personagem –, mas a verdade é que, diante dessa mudança toda, eu continuo a me questionar se ainda há, ao meu redor uma Barreira de Sentimentos. Lá atrás, eu a

Antagônica

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Música: Give Me Love - Ed Sheeran Eu queria te dizer o quanto te desejo, mas tenho medo. Acredito que você me intimida. Não sei se é o teu jeito de menina no corpo de mulher ou vice-versa. Não sei se a forma como você fala das coisas mais triviais e banais ou, até mesmo, dos mais intelectivos assuntos. Não sei se é pelo teu jeito doce que pode ser, ao mesmo tempo, intempestivo. Você é uma verdadeira mistura de tudo de bom que pode haver, mesmo sendo tão antagônica em muitos momentos. Antagônica... Tá aí uma palavra bonita. A sutileza e a intensidade. A doçura e a firmeza. O onírico e o real. Eu poderia te descrever de tantas formas, das mais torpes às mais poéticas, mas acabo me perdendo na minha própria tentativa perfeccionista de escrever belas palavras. Antagônica... Quem usa essa palavra no dia-a-dia? Talvez seja isso o que me fascina em você... Essa verdadeira mistura de adjetivos que, em outras situações, poderiam ser tanto gostosos como negativos, mas que, em você, tor