Sentimento #001 - Sobre as nossas mudanças ao longo do tempo
“Há
um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do
nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos
lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado,
para sempre, à margem de nós mesmos.”
-
Fernando Teixeira de Andrade*
Uma das coisas sobre as quais
mais tenho refletido nos últimos tempos é sobre as mudanças pelas quais
passamos ao longo da vida. Volta e meia olho para trás e sinto orgulho de quem
me tornei, de tudo o que construí e também de tudo o que desconstruí.
Acredito que a vida seja
assim... Um mudar constante.
Uma das coisas que mais me
encanta na Psicologia – e em especial, na Gestalt-terapia – é a noção de
Ajustamento Criativo. Esse representa a forma como agimos diante de algo novo
que emerge na nossa vida, seja algo positivo ou negativo. Acredito que vivemos
nesse ajustar-se contínuo. Seja nas coisas mais simples ou nas mais
complexas... Nunca seremos quem fomos anos atrás e jamais continuaremos quem
somos hoje. Acho que é isso que mais me encanta na vida humana: a possibilidade
constante de mudança.
Infelizmente, nem todos
conseguem ou querem mudar... Às vezes, isso dói. Acho que daí vem um certo
egoísmo nosso de, de vez em quando, querer mudar o outro; mas isso não é
possível. Só nos resta saber escolher as roupas, os pensamentos, os lugares e
as pessoas que continuam a servir aos nossos novos modos de ser.
*O
poema acima é do autor Fernando Teixeira de Andrade, mas é atribuído, muitas
vezes, erroneamente, a Fernando Pessoa.
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