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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Fatal

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Você, com esse seu jeito de menina-mulher, parece me puxar cada vez mais pra perto da tua órbita. Não sei se é uma atração – perigosa, por sinal –, algum feitiço ou, simplesmente, amor. Não sei... Tudo se torna uma verdadeira confusão quando se trata de você. Já te disse – mais de uma vez – o quanto a tua presença me inquieta. Não sei se pela tua intensidade ou se pelo teu olhar – esse olhar meio vazio e que parece me sugar a cada vez que o encaro. Você chega devagar, sorridente, com o seu riso meio tímido de criança que acabou de aprontar, mas que esconde a tua verdadeira face: a de uma mulher fatal, que é capaz, até mesmo, de controlar o mais forte dos homens com apenas poucas palavras. Acho que somente assim, criando uma bela e tresloucada mitologia, eu seja capaz de conseguir falar um pouco mais sobre você. Os teus gestos são sutis, mas são capazes de se tornar velozes com um piscar de olhos. Você muda da água para a o vinho em questão de segundos. Tudo parece ser ligeirament

Dica de Livro: Olhar (2021)

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Em 30 de janeiro de 1959, Arthur Bowman e Isabella Marshall se conheceram. Ele era um garoto tímido e solitário. Ela era uma garota reprimida que sonhava com a própria independência e imediatamente se encantou com o que disse ser “O olhar mais claro que o céu e mais infinito do que a imensidão do universo”. A partir daquele dia, eles se tornaram grandes amigos e se apaixonaram perdidamente. Agora, na velhice, Arthur vive com sua filha, seu genro e seu neto. Enquanto folheia o livro que escreveu sobre a sua história com Isabella, ele recorda, com ternura, daquela que foi o grande amor da sua vida, mas que, infelizmente, ele acabou perdendo; a garota que ele amou a partir de um único e singelo Olhar... Autor: Aníbal Bastos Capa:

Olhar - Meu Segundo Livro!

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Aos meus leitores, venho com muito orgulho e com um imenso prazer anunciar o lançamento do meu segundo livro:  Olhar . SINOPSE :  Em 30 de janeiro de 1959, Arthur Bowman e Isabella Marshall se conheceram. Ele era um garoto tímido e solitário. Ela era uma garota reprimida que sonhava com a própria independência e imediatamente se encantou com o que disse ser “O olhar mais claro que o céu e mais infinito do que a imensidão do universo”. A partir daquele dia, eles se tornaram grandes amigos e se apaixonaram perdidamente. Agora, na velhice, Arthur vive com sua filha, seu genro e seu neto. Enquanto folheia o livro que escreveu sobre a sua história com Isabella, ele recorda, com ternura, daquela que foi o grande amor da sua vida, mas que, infelizmente, ele acabou perdendo; a garota que ele amou a partir de um único e singelo Olhar... O livro está disponível apenas no formato eBook pela Amazon. Para ler "Olhar", você pode fazer de duas formas: CASO VOCÊ SEJA ASSINANTE DO KINDLE UNLI

Sentimento #024 – A Pseudoliberdade

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“[...] se você está prestes a fazer algo, e se quer saber se é má ideia, imagine impresso no jornal para o mundo todo ver.” ­– Gillian Flynn (em Garota Exemplar) Sempre tive a impressão de que todos nós temos os nossos próprios “demônios”. Não digo aqui que são aquelas coisas condenáveis de um modo geral – como matar ou roubar –, mas tudo aquilo que nós fazemos e/ou deixamos de fazer pelo medo do que as pessoas ao nosso redor vão achar. Crescemos em uma sociedade que nos dita, constantemente, o que devemos fazer, como devemos agir, e que nos relembra sempre do que acontece com aqueles que não respeitam esses “modos de ser” pré-definidos. Qualquer coisa que desvie da norma, do que é socialmente aceito, é vista com maus olhos e punida. Vivemos em meio a uma pseudoliberdade, mas sem sermos verdadeiramente livres.

Quando o amor não tem mais uma única direção

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Uma das coisas mais dolorosas que pode existir, ao meu ver, é o fim de uma relação. Seja na amizade ou no amor, é difícil dizer “adeus” ou “até logo” para alguém que amamos. Se houve mágoa ou não, se foi um fim pacífico ou não, se afastar de quem se ama é sempre algo perturbador. Como seguir em frente agora que ele/ela não está mais aqui? Parece meio estranho, mas muitas pessoas acabam acreditando numa vida ao lado daquela pessoa amada, com filhos, com gatos, cachorros, viagens, ou com nenhuma dessas coisas; enfim... E então, como num passe de mágica, tudo simplesmente se acaba. Eu sempre tive dificuldade em entender aquelas relações onde ainda há amor, onde não houve traição, mágoa, nada, mas que as pessoas optam por simplesmente seguir caminhos distintos. É aquele momento em que o amor não tem mais uma única direção, mas várias possibilidades. Há uma incerteza sobre o futuro, há uma incerteza sobre o agora, sobre o “nós”. Continuar ou não? Quando é o momento certo para seguir um ru

Dica de Filme: Simplesmente Acontece (2014)

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Os jovens britânicos Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin) são amigos inseparáveis desde a infância, experimentando juntos as dificuldades amorosas, familiares e escolares. Embora exista uma atração entre eles, os dois mantêm a amizade acima de tudo. Um dia, Alex decide aceitar um convite para estudar medicina em Harvard, nos Estados Unidos. A distância entre eles faz com que nasçam os primeiros segredos, enquanto cada um encontra outros namorados e namoradas. Mas o destino continua atraindo Rosie e Alex um ao outro. *Sinopse disponibilizada no site Adoro Cinema. COMENTÁRIO : “Simplesmente Acontece” é um dos meus filmes favoritos. Além das atuações maravilhosas – em especial, da Lily Collins –, a trama é extremamente envolvente. A trilha sonora é simplesmente fantástica e traz uma variedade de músicas conhecidas da década de 2000, o que promove uma maior identificação para aqueles que vivenciaram a época. Rosie e Alex possuem uma química excelente e as idas e vindas que a histó

Sentimento #023 – Intensidade

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  “Aqueles que enxergam de maneira mais penetrante, sentem mais intensamente e agem mais corajosamente em geral se desgastam e sofrem, porque é impossível que alguém seja extremamente feliz até que sejamos felizes de maneira mais geral.” – Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline (em Gestalt-terapia) Sempre temi a intensidade. Nunca tive a coragem necessária para me jogar de cabeça em algo sem olhar para baixo, sem calcular as probabilidades, sem refletir acerca do que poderia me atingir. Talvez isso soe como covardia – e, talvez, seja –, mas a verdade é que foram poucas as vezes em que consegui ser intenso ao ponto de agir por impulso ou de forma impensada. Em sua Terceira Lei, Newton afirma que para toda ação há uma reação de mesma força, mas em sentido oposto. Talvez isso funcione com a Física... Com as relações humanas tudo se torna um pouco mais complicado. Não temos como calcular a força ou a intensidade do amor, do ódio, do desejo, do carinho. Quando se trata de seres

Medo de Amar

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Não sei o que me deu, mas hoje comecei a pensar que talvez eu não seja mais capaz de amar. Acho que, com o passar dos anos, com as decepções que vivenciei, fui me tornando um pouco mais frio. Não que essa “frieza” seja uma ausência de sentimentos, mas como se fosse uma mera incapacidade para confiar ou gostar, como se houvesse um medo latente de passar por tudo o que já passei. Eu sei que estou errado. Sei que as pessoas são diferentes e que nem todas são necessariamente ruins. Porém, mesmo assim surge um medo, algo que parece me paralisar e que me impede, até mesmo, de simplesmente tentar. Eu não consigo seguir em frente e não há nada que me prenda ao passado, como uma paixão mal curada ou uma história mal resolvida. Acredito eu que, quando nos apaixonamos, há uma tendência a ter não apenas expectativas, mas também medos e inseguranças. É como se, em mim, as expectativas deixassem de existir e houvesse apenas o resto... Uma angústia que me impede de tentar, que me impede de seguir

Dica de Série: One Day At a Time (2017)

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“One Day At a Time” é uma série de comédia lançada pela Netflix em 2017. A trama gira em torno da família Alvarez, comandada pela enfermeira – e ex-militar – Penélope (Justina Machado), que ainda lida com os traumas do seu período no exército. Ela mora com seus dois filhos, Elena (Isabella Gomez) – uma jovem engajada em lutas sociais e que, posteriormente, se descobre lésbica – e Alex (Marcel Ruiz) – um pré-adolescente que sonha em ser popular. Para completar a família, há a mãe de Penélope, Lydia (Rita Moreno) ou, simplesmente, “Abuelita”, uma cubana que vive em meio aos problemas cotidianos e às memórias de seus tempos áureos, mas sem perder a elegância. COMENTÁRIO : “One Day At a Time” é baseada em uma série homônima exibida entre 1975 e 1984. A série trata com leveza alguns assuntos da vida cotidiana, como o estresse pós-traumático de Penélope, a sexualidade de Elena e o seu engajamento em causas sociais, além de trazer algumas boas pontuações sobre a realidade dos imigrantes latin

Sentimento #022 – O Inferno somos nós

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“O inferno... São os outros.” – Jean-Paul Sartre (em Entre Quatro Paredes) Concordo e discordo quando Sartre diz que “O inferno... São os outros”. Acho que boa parte do caos em nossas vidas se dá no contato com o mundo, em especial com as pessoas ao nosso redor. Desde a infância, vamos aos poucos sendo vítimas e algozes uns dos outros. Porém, a minha discordância para com o autor se dá não por algum erro da frase ou da sua colocação, mas da necessidade de pensarmos também sobre como nós podemos ser não apenas o inferno de um outro alguém, mas de nós mesmos. Vivemos em um eterno machucar-e-ser-machucado e, por muitas vezes, atribuímos aos outros a culpa pela nossa infelicidade, pelas nossas mágoas e dores. A verdade é que, em boa parte do tempo, somos nós mesmos os nossos próprios algozes. Talvez o inferno não seja apenas os outros... Talvez o inferno sejamos todos nós.

Eu Não Sabia Amar

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Há muito tempo eu percebi que a nossa história não se tratava de um amor. Creio que eu estava errado tanto quando pensei que te amava, tanto quando percebi que aquilo tudo não passou de uma ilusão. No fim das contas, acredito que – sim – eu te amei. Porém, não penso que aquilo tudo se tratasse de um amor saudável ou verdadeiro. Pelo contrário. Era uma doença criada por nós dois e que nos feria cada vez mais. Tenho a certeza que te amei e embora eu tenha dito o contrário algumas linhas acima, aquele não era um amor como eu pensava que ele poderia ser. Eu não te amei no nosso primeiro “oi”, no nosso primeiro olhar, no nosso primeiro beijo e, muito menos, no nosso último adeus. Eu percebi te amar quando me vi perdido em meio a tudo aquilo que você foi e ainda é para mim. Eu percebi te amar aos poucos, como uma construção que hoje, ao olhar para trás, eu enxergo como um amor. Eu não te amava quando disse te amar. Talvez eu amasse aquilo que você representava para mim. Talvez eu amass

Dica de Livro: Garota Exemplar (2012)

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Quem vê Nick e Amy Dunne de longe, pensa que aquele é apenas mais um casal feliz. Os dois se mudaram para Carthage – cidade-natal de Nick – após perderem seus empregos e a mãe dele adoecer. Na infância, Amy foi a inspiração de seus pais para a sequência de livros intitulada “Amy Exemplar”. No aniversário de cinco anos do casal, Nick recebe uma ligação de um vizinho e, ao chegar em casa, encontra a porta entreaberta e a sala revirada. Amy desapareceu. Conforme a investigação avança, Nick passa a descobrir um pouco mais sobre sua esposa, mas também torna-se o principal suspeito de tê-la assassinado. COMENTÁRIO : Esse livro me causa um sentimento muito ambíguo. Na verdade, acho que, se Nick e Amy fossem realmente sinceros um com o outro, eles nem deveriam ter se casado. Ao passo em que sentimos pena de Nick por tudo o que acontece, é possível odiá-lo também por se comportar como um verdadeiro babaca em boa parte do tempo. Já Amy... Que mulher diabolicamente incrível e inteligente. É imp

Sentimento #021 – O Poder do Diálogo

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  “Se as facções litigantes de nossa sociedade – parceiros de casamento, oponentes em negócios – abrissem os ouvidos e escutassem seus oponentes, as hostilidades no nosso ambiente e entre as nações poderiam diminuir enormemente.” – Fritz Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline (em Gestalt-terapia) Acho que um dos maiores problemas do mundo moderno é a incapacidade de ouvir. Somos bombardeados constantemente com toneladas de informações e, obviamente, acabamos por precisar filtrar tudo aquilo que apenas ouvimos para que possamos escutá-los. Talvez essa seja uma das causas para boa parte dos embates que vivenciamos no dia-a-dia: escutamos apenas aquilo que queremos. Ampliando essa visão, podemos pensar nas brigas cotidianas. Quantas vezes certos problemas não poderiam ter sido resolvidos com base em um simples diálogo? E aqui não digo apenas sobre o simples conversar-para-resolver, mas em uma atitude de disposição para querer ouvir o que o outro quer nos dizer. É difícil escutar v

Um Novo Ano

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Sempre que um ano começa, tento não criar muitas expectativas. Acho que é uma forma de evitar frustrações maiores, deixando as coisas rolarem sem que eu me precipite com planos e sonhos quase impossíveis. Trata-se de uma tentativa de viver o hoje, sem tentar me prender tão fortemente ao passado ou ao futuro, mas não de uma forma irresponsável. É um viver aos poucos, com um passo de cada vez. Nunca fui o tipo de pessoa que, após a virada do ano, faz promessas impossíveis. Na verdade, sempre gostei de ser surpreendido com o que quer que estivesse pela frente. Talvez houvesse, nessa atitude, uma esperança disfarçada de que tudo pudesse melhorar ou um medo em estabelecer metas que eu, talvez, não fosse cumprir. A verdade é que, iniciar um novo ano, pra mim, nunca foi sobre uma mudança drástica, como se o ano anterior fosse simplesmente apagado e reduzido ao passado. Quando os ponteiros do relógio marcam a meia-noite, nem tudo fica para trás. Nem tudo é apagado. Nem tudo muda.  A cheg

Dica de Filme: Como eu era antes de você (2016)

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“Como eu era antes de você” é um filme de 2016 baseado na obra homônima de Jojo Moyes. Louisa Clark (Emilia Clark) é uma jovem sem muita perspectiva sobre o seu futuro que vive com seus pais, sua irmã e seu sobrinho. Quando perde seu emprego, Louisa é contratada para cuidar de Will Traynor (Sam Claflin), um jovem que, após ser atropelado por uma moto, acabou perdendo o movimento do seu corpo do pescoço para baixo. Mesmo não tendo experiência, Louisa tenta, de todo modo, dar o seu melhor e se aproximar de Will. Aos poucos, ela consegue conquistar a sua amizade e descobre que ele fez um acordo com seus pais para que se internasse em uma clínica de suicídio assistido após seis meses. Louisa resolve, então, realizar atividades prazerosas com Will para que assim ele desista da ideia e siga com a sua vida ao lado de sua família. COMENTÁRIO : Quem me conhece sabe o quanto eu sou verdadeiramente apaixonado por esse filme. “Como eu era antes de você” é uma daquelas histórias que te fazem rir mu