Eu Não Sabia Amar
Tenho
a certeza que te amei e embora eu tenha dito o contrário algumas linhas acima,
aquele não era um amor como eu pensava que ele poderia ser. Eu não te amei no
nosso primeiro “oi”, no nosso primeiro olhar, no nosso primeiro beijo e, muito
menos, no nosso último adeus. Eu percebi te amar quando me vi perdido em meio a
tudo aquilo que você foi e ainda é para mim. Eu percebi te amar aos poucos,
como uma construção que hoje, ao olhar para trás, eu enxergo como um amor.
Eu
não te amava quando disse te amar.
Talvez
eu amasse aquilo que você representava para mim. Talvez eu amasse a forma com a
qual você me olhava, as palavras que você me dizia, as músicas que você me
enviava. Eu amava a ideia de te amar pelo simples orgulho de bater no peito e
dizer “Eu amo alguém!”.
Não.
Meus sentimentos não foram uma mentira. Acredito que, lá, naquela época, quando
eu dizia te amar, eu acreditava cegamente naquela ideia, naquele “felizes para
sempre” que não durou mais do que alguns dias. Eu amava te amar. Eu amava a
pessoa que eu era quando eu amava você.
Talvez
seja por isso que tudo tenha sido tão doloroso. Não apenas pelas tuas mentiras,
pelas tuas palavras cruéis, mas por eu simplesmente ter depositado toda a minha
felicidade em um dito amor que eu nem era capaz ainda de saber o que era.
Acredito
que eu soe confuso. Acho que, no fim das contas, nós fomos assim. Dois
emaranhados de confusões entrelaçados em meio ao caos. Eu acreditava te amar
por simplesmente não saber o que era amor. Porém, mesmo assim, depois de tudo o
que houve, eu ainda consigo acreditar que eu te amei.
Não.
Não se trata de um amor como o dos contos de fadas nem nada do tipo. É um amor
diferente, um amor que simplesmente emergiu em meio ao fogo, como uma fumaça
que sobe em direção ao céu estrelado e que vai, pouco a pouco, se dissipando.
Um amor clichê de verão que eu só pude ter a certeza de que era amor depois de
muito tempo.
Lá,
eu ainda não sabia o que era amor.
Eu
não sabia amar.
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