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Mostrando postagens de novembro, 2015

A Carta

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Ultimamente não tenho feito muito sentido. Sinto que meu coração tem se apertado, apertado, apertado e se tornado cada vez mais comprimido. Um coração destinado a ser tão grande e que, por desventuras da vida, tornou-se um gigante reprimido. Nunca gostei de falar sobre mim. Aliás, sempre tive certo receio de expor meus sentimentos, minhas palavras, minha arte ou até mesmo a minha voz... Falar era difícil, apresentar qualquer trabalho era uma tarefa árdua. Porém, em alguns momentos eu conseguia demonstrar uma outra parte de mim, uma parte que nem eu mesmo tinha a noção de conhecer, uma parte romântica, forte, intensa, que sabia se expressar, sorrir, gargalhar alto, conversar, mostrar tudo aquilo que quer e deseja. Certa vez me perguntei: como sou capaz de der duas partes tão opostas dentro mim? Com o passar dos anos eu aprendi que não havia duas partes opostas. Havia apenas uma parte de mim, uma parte que se completava com vários pedaços – alguns opostos e outros não – que se encaix

Palavras

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Eu sinto meu coração acelerar. É como se, mais uma vez, meu corpo se enchesse de virtudes, como se as melhores coisas que existem em mim exalassem espontaneamente, sem pestanejar, num rompante. As tuas palavras me alegram, me fazem delirar, acalentam meu coração e, ao mesmo tempo, são capazes de provocar mais uma das feridas do jeito que só você pode fazer. Nunca me imaginei em tal situação. Nunca me imaginei amando alguém tão profundamente e agora, em meio a tantos sentimentos, eu não sei nem mais o que sentir. Amor ou ódio, tristeza ou alegria... Nada. Apenas um eu apático, que de tanto se ferir, deixou de esperar. Um alguém que deixou de esperar pelos amores, passou a esperar as dores, um eu pessimista que só consegue enxergar o pior em todas as pessoas que se aproximam. É um erro. Eu sei. Porém, na maioria das vezes, a melhor forma de enfrentar seus medos, é permitindo que eles entrem em você. Eu tenho medo. Eu tenho medo das palavras jogadas ao vento, sem sentimentos, apenas p

Sobre Dores e Amores

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Desde criança, sempre imaginei que um dia me apaixonaria. Não calculei uma idade provável, a ocasião ou o lugar, mas sabia que algum dia isso iria acontecer. Sempre pensei no amor como algo sublime, doce, leve, algo que me fizesse levitar sem tirar meus pés do chão, algo que me fizesse viajar sem precisar de uma passagem; algo que me fizesse ter uma felicidade que eu seria incapaz de conter, que transbordaria nas minhas palavras, gestos e pensamentos. Aos poucos, fui amadurecendo, me apaixonei algumas vezes e cheguei à conclusão de que amar nem sempre nos faz bem. Amar é uma escolha difícil e, infelizmente, poucas pessoas hoje em dia são capazes de optar por essa escolha. Muitas vezes me perguntei se havia uma estupidez em mim por ainda acreditar no amor... Acreditei que eu fosse apenas mais alguém que não aprende com os erros ou um iludido que escolhe amar mesmo sabendo que vai se ferir. Quando amamos alguém, vivemos um êxtase inicial, uma sensação de que nada nem ninguém poderá d

Egoísmo

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Meus pés alcançaram o chão. Agora eles parecem não mais querer voar. Minhas asas foram cortadas, sem a mínima chance de permitir um equilíbrio entre elas. Há apenas o chão. Meu coração encontrou a frieza. Agora ele parece não mais se aquecer. Meu calor se foi, sem a mínima chance de me manter quente por mais tempo. Meu corpo encontrou a solidão. Agora ele não mais tem o teu. Suas mãos me foram arrancadas, sem a mínima chance de segurá-las por mais tempo. Minhas palavras se cansaram. Agora elas parecem livres de sentimentos. Minha sensibilidade para o amor foi adormecida, sem a mínima chance de um pedido para que elas ficassem um pouco mais. Meus gestos tornaram-se incompletos. Agora eles não têm mais o reflexo das tuas respostas. Eles foram mutilados sem a oportunidade de uma súplica, uma súplica para que você não os deixasse morrer. Meus textos tornaram-se desmotivados. Agora eles são forçados. Minhas expectativas para com eles foram suprimidas; tornaram-se até inexistentes. Minha

A Drop In The Ocean

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  – [...] Tipo, isso de correr atrás do que quer. Acho que a gente foi e voltou muitas vezes. Mesmo quando tínhamos certeza do que queríamos, a gente botava dificuldade. Cada hora era um botando uma dificuldade. Se tivéssemos ido atrás do que queríamos de verdade, talvez não teríamos dado tantas voltas, mas isso nunca vamos saber... – Ela falou e eu pude imaginar um sorriso em sua face. Provavelmente, se estivéssemos juntos, eu teria segurado a mão dela, eu tiraria aquela mecha do cabelo que insistia em cair na frente do seu rosto, olharia em seus olhos e diria aquilo que eu mais queria dizer: – Eu deveria realmente correr atrás do que eu quero, ou melhor, de quem eu quero. Eu deveria correr atrás de você. Ela ficaria vermelha, iria tremer, me dar um tapa – provavelmente duvidando de minhas palavras –, mas mesmo assim eu as diria. Eu poderia ouvir inúmeras respostas: do “sim” ao “não”, com lágrimas ou sorrisos. Eu poderia chorar, beijar, abraçar, levar um tapa, o que fosse; mas e