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Mostrando postagens de 2020

Sentimento #020 – Amores Eternos

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  “O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.” - Eça de Queirós Durante boa parte da minha vida, acreditei que o amor era algo eterno. Parecia ser um vínculo vitalício e que aquelas palavras significavam muito mais do que uma mera convenção. Para mim, dizer “Eu te amo!” era como um atestado de “Estarei ao teu lado até o fim das nossas vidas”. Não foi bem assim. Não digo aqui que não existam amores que durem toda uma vida. Talvez eles existam, talvez estejam pelo mundo afora. O que tento dizer é que talvez eles sejam mais raros do que pareçam ser. Não são a regra, mas a exceção. Gosto dos amores. Sejam eles longos ou curtos, intensos ou não. A verdade é que, para além de toda a idealização que envolve o amor romântico, o mesmo se dá na realidade, no cotidiano, com todas as nossas imperfeições e medos e angústias e aflições. No fim das contas, acho que o amor seja mais sobre uma tentativa de estar ao lado de alguém do que

Enfim, o Fim

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Por mais que eu odeie o velho clichê de pensar no lado positivo de todas as coisas, sinto que 2020 tenha tido um efeito terrivelmente benéfico em mim. Apesar do isolamento, do risco de contágio, das mortes, do número de pessoas que adoeceram; falo num sentido um pouco mais íntimo. Falo aqui para além da minha necessidade de desacelerar ou de descansar. Inicialmente, eu cheguei a pensar que talvez pudéssemos sair melhores de tudo isso, que as pessoas milagrosamente iriam se tornar mais humanas e altruístas – e, sinceramente, tenho visto o contrário. Na verdade, enquanto eu me via trancado em casa, no meu quarto, na minha sala, passei pelos mais variados estágios. Da tristeza profunda à autorrealização. Da ansiedade intensa à paz espiritual. Aos poucos, fui aprendendo, durante esse ano, a tentar focar um pouco mais em mim, nas minhas dores, nas minhas angústias e, também, naquilo que me faz feliz. Acho que a ideia de se isolar pode trazer consigo essa reflexão. Quando estamos sozinhos po

Dica de Série: The Good Place (2016)

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“The Good Place” é uma série de comédia lançada em 2016 pela NBC e criada por Michael Schur. A trama conta a história de Eleanor Shellstrop (Kristen Bell), uma mulher que morre no estacionamento de um supermercado e vai parar no “Bom Lugar”. Lá, ela é recebida por Michael (Ted Danson), o arquiteto responsável pela vizinhança, e informada de que a sua alma gêmea se encontra no mesmo lugar, o professor de Filosofia Moral Chidi Anagonye (William Jackson Harper). Além disso, Eleanor passa a conviver também com a socialite Tahani Al-Jamil (Jameela Jamil) e a sua alma gêmea, o monge Jianyu Li (Manny Jacinto). O problema é que Eleanor tem certeza de que foi enviada para o lugar errado, uma vez que ela não era uma boa pessoa em vida. A partir disso, e com a ajuda de Chidi, ela tenta se tornar alguém melhor para que possa ser merecedora de permanecer naquele lugar. COMENTÁRIO : Mesmo tratando de uma temática delicada – a morte –, “The Good Place” faz uma excelente análise sobre o pós-vida e com

Sentimento #019 - Por trás da Dor

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“Nenhuma droga acaba com a dor.” – Fritz Perls (em Ego, Fome e Agressão) Com tudo o que já vivi até hoje, sou capaz de concordar com Perls. Nenhuma droga é capaz de acabar com a dor. Das que pude experimentar e/ou conhecer, nem as pílulas nem o álcool foram capazes de acabar com a dor. O amor – uma outra droga tão poderosa quanto alguns medicamentos – creio que tenha sido o mais cruel e forte de todos. Quando acabou, me deixou com uma imensa abstinência, uma dor excruciante, calafrios, pensamentos catastróficos... Nem mesmo o amor foi capaz de acabar com a dor – logo ele, que sempre achei tão poderoso. Creio que, no fim das contas, a única coisa capaz de acabar com aquilo que dói em nós é a aniquilação daquilo que nos fere. Diante disso, agora, anos depois, ainda me resta uma inquietante pergunta: como eu serei capaz de acabar com essa dor? E o mais importante: o que é que tanto é capaz de me ferir?

O Novo Natal

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Quando eu era pequeno, eu amava o Natal. Antes mesmo de novembro chegar, eu costumava pegar a velha árvore e montá-la na sala. Era um verdadeiro espetáculo. Bolas, luzes, presépio, falsos presentes... Tudo para que aquilo ficasse o mais bonito possível. Embora eu viajasse todos os anos, eu me sentia satisfeito e feliz por ter aquele pequeno momento especial. Assim que eu via as ruas enfeitadas e as músicas tocando nas lojas, meu coração se enchia de alegria pelo simples fato de ser o Natal. Não era pelo presente, pela viagem, pelo fim das aulas... Era uma sensação doce e gostosa. Uma sensação única que me fazia me sentir num dos momentos mais especiais da minha vida a cada ano. Eu amava receber os presentes – isso não nego. Fossem jogos, carros, meias, roupas ou qualquer tipo de brinquedo, eu os agradecia com a mesma felicidade. Então, nos dias que se seguiam ao Natal, eu me via brincando incansavelmente. Era um momento feliz. Não sei quando foi que tudo começou a mudar. Acho que

Dica de Filme: Se Algo Acontecer... Te Amo (2020)

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Na esteira do tiroteio em uma escola, as lembranças são tudo o que resta aos pais afetados pela tragédia. * COMENTÁRIO : Não me lembro ao certo quem me indicou este filme, mas agradeço aqui publicamente a essa pessoa. “Se Algo Acontecer... Te Amo.” é um curta metragem de 12 minutos lançado em 2020 pela Netflix. O filme me lembra um pouco algumas obras antigas. É uma animação em 2D sem falas e, mesmo que estejamos acostumados com tecnologias mais modernas, o filme não peca em absolutamente nada. A sutileza das cenas, dos traços das personagens, a trilha sonora... Enfim... Tudo de encaixa perfeitamente. Mesmo sendo uma obra que fale sobre a morte – e, nesse caso, uma morte trágica –, o filme consegue nos passar a história com perfeição, aquecendo os nossos corações e, também, nos emocionando. * Sinopse disponibilizada pela Netflix. Avaliação no IMDb – 7,9/10 Avaliação no Rotten Tomatoes – 100% Classificação: 14 anos Duração: 12 min Direção: Will McCormack Trailer:   Pôster:

Sentimento #018 – Nossa Responsabilidade

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“Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que faço com o que fizeram de mim.” - Jean-Paul Sartre A primeira vez em que ouvi essa frase de Sartre, me incomodei. Parecia algo errado. Como assim não importa o que as outras pessoas me fazem? E o que eu sinto? E as minhas dores? Demorou um pouco para que eu pudesse perceber que essa era uma das mais duras verdades com a qual eu poderia me deparar. Na verdade, Sartre não me parece isentar, nessa frase, as outras pessoas dos seus erros, mas busca afirmar que, independente do que elas façam, somos nós os únicos responsáveis pelas rédeas das nossas vidas. Acho que talvez essa seja a maior perturbação provocada pelo existencialismo no mundo moderno: nos é dada a responsabilidade que tanto procuramos atribuir aos outros. Constantemente buscamos alguém para culpar por tudo aquilo que não acontece conforme esperamos. Criamos expectativas, elas não se realizam e então tendemos a acusar o destino, um amigo, um colega, um familiar,

Culpa

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  Parece ser difícil reconhecer a própria culpa. Na maioria das vezes, acabamos por buscar bodes expiatórios, pessoas ou “entidades”, a quem queremos atribuir a culpa por uma determinada situação. Foi alguém, foi o signo, foi o inferno astral, foi Deus ou o diabo... Talvez, até mesmo, o destino. Ultimamente tenho pensado muito sobre a culpa. Obviamente, ao longo da minha vida, já fiz muitas coisas das quais me arrependo. Eu me arrependo de não ter tentado, de ter tentado, de ter esquecido, de ter deixado de lado, mas o que mais me causava dor era o fato de simplesmente saber que algum dia eu possa ter machucado alguém. Acho que, por eu ter passado boa parte da minha vida tentando agradar as pessoas ao meu redor, acabei desenvolvendo uma certa tendência a aceitar, a obedecer, a não me incomodar. Era um comportamento cruel e autodestrutivo. Porém, mesmo assim, vez ou outra, eu me via sendo o responsável pelas lágrimas ou pelo sofrimento de alguém. Um dia, ao conversar com uma coleg

Dica de Livro: Dom Casmurro (1899)

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Do auge de sua velhice, Dom Casmurro – apelido dado ao advogado Bento Santiago – conta ao leitor a sua história de amor ao lado da bela Capitu. Ambos se conheceram na infância, mas o amor entre eles era proibido, justamente por causa de uma promessa feita pela mãe de Bentinho: de que se aquele filho nascesse, ela o faria padre. Mesmo com os empecilhos, Bentinho e Capitu conseguem se casar, realizando o sonho de infância de ambos. Porém, com a chegada do filho do casal, Ezequiel, Bentinho passa a desconfiar de que o garoto possa ser filho do seu melhor amigo, Escobar, deixando uma enorme questão não apenas em sua cabeça, mas também no imaginário popular: afinal de contas, Capitu traiu ou não traiu? COMENTÁRIO: A grande pergunta que “Dom Casmurro” nos traz é sobre a suposta traição de Capitu. Creio que, talvez, por isso, a obra tenha ganhado o coração dos leitores justamente pelo suspense trazido em torno dessa questão. Porém, ao meu ver, “Dom Casmurro” não se trata da suposta traição

Sentimento #017 – Nossas Máscaras

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  “Nunca se sabe quem são as pessoas. Elas usam máscaras e são como iceberg. Só mostram o que lhes convém mostrar ou o que desejam que venha à tona. Se, durante toda a sua vida, você chegar a conhecer meia dúzias de pessoas, considere-se um afortunado.” – Dorothy Gilmam Em sua teoria psicológica, Carl Gustav Jung definiu que um dos arquétipos que constituem a nossa personalidade é a persona. Trata-se daquilo que mostramos ao mundo, como uma máscara, um personagem. Acredito que é impossível sermos quem somos em nossa totalidade a todo momento. Às vezes por necessidade, às vezes por obrigação, às vezes por querer... Simplesmente criamos certos personagens, figuras feitas sobre e a partir de nós para mediar o nosso contato com o mundo. Vários Eus que se mesclam em uma totalidade única e impossível de ser totalmente decifrada. Acho que talvez isso seja o mais fascinante – e, também, o mais perturbador – da existência humana. Somos, em nós mesmos, uma infinidade de possibilidades, d

(In)suficiência

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Ultimamente tenho me sentido como se a conexão estivesse caindo. Parece que a minha voz e a minha imagem estão congeladas e ninguém consegue me ouvir. Fico repetidamente tentando encontrar algum sinal de que tenho sido escutado, mas nada... Ninguém me ouve. Ninguém me vê. Talvez eu já devesse estar acostumado a isso. Sempre foi assim. Eu e o mundo. Uma relação nada fácil, onde o mundo sempre parece estar distante e eu... Sozinho. É como se eu estivesse sozinho. Falo, grito, peço, imploro, suplico. Nada. Ninguém me ouve. Ou melhor, ninguém parece querer me ouvir. Ninguém parece querer me enxergar. Aos poucos vou sentindo como se a minha imagem fosse desaparecendo lentamente. Como se eu deixasse de ter importância, como se nada do que eu fizesse fosse bom o suficiente, como se eu não fosse inteligente o suficiente, interessante o suficiente, legal o suficiente, bonito o suficiente. Nunca nada está bom... Eu nunca estou bom. Eu sempre estou só. Já me questionei inúmera

Dica de Livro: Objetos Cortantes (2006)

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Camille Preaker é uma jornalista que vive em Chicago e que, a pedido de seu editor, retorna a sua cidade natal para investigar o assassinato de uma garota e o desaparecimento de outra. Ao chegar lá, Camille precisa reaprender a viver com sua mãe, seu padrasto e sua meia-irmã. Enquanto busca descobrir o que aconteceu com as duas garotas, Camille acaba tornando-se mais envolvida do que esperava na história, ao mesmo tempo em que fantasmas do passado voltam a assombrá-la. COMENTÁRIO: Comprei “Objetos Cortantes” em 2016 e o devorei em menos de 48h. O livro é da mesma autora do fenômeno “Garota Exemplar”, adaptado para os cinemas em 2014. A trama de “Objetos Cortantes” é bastante instigante. Camille é uma protagonista desacreditada na própria capacidade e acaba de sair de uma internação em um hospital psiquiátrico. Seu corpo é marcado por autolesões em formato de palavras escritas sobre sua pele com objetos cortantes. Ao voltar para casa, é possível identificar como a sua relação com Ador

Sentimento #016 – O Significado do Amor

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  “Você só saberá realmente o que é o amor, quando lhe perguntarem sobre ele e você não pensar em uma definição, mas em um nome.” - Bob Marley Uma das maiores questões que tenho em minha vida é sobre o verdadeiro significado do amor. Já ouvi várias histórias, já li inúmeros livros e textos, mas nada nem ninguém fora capaz de me fazer conseguir explicar, em palavras, sobre o que é realmente amar alguém. Acredito que o amor esteja, talvez, nos pequenos gestos, nas simples palavras ditas, em sorriso e olhares, em uma preocupação cotidiana, em um querer cuidar, em um se deixar ser cuidado... Acredito que o amor é sobre confiar, sobre se permitir, sobre ouvir, mas também sobre escutar. Amar nunca me fora algo dispensável. Pelo contrário, sempre sonhei em amar, em viver uma daquelas grandes histórias de amor dignas de um filme com um beijo intenso debaixo da chuva. Aos poucos fui descobrindo que esse processo de amar não é tão simples quanto parece; que eu, e, também, as outras pessoas, somo

Despedida

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Hoje eu decidi me despedir de você. Acho que não há mais motivos para nos mantermos próximos um do outro. São mágoas constantes, de ambas as partes, e parecemos nos repelir mais do que duas partículas de mesmo sinal – sim, eu ainda me lembro das aulas de física. Acho que tudo começou errado. Talvez eu, o mais racional de nós dois, devesse ter, lá atrás, encerrado todo aquele papo inicial, as conversas até tarde da noite, as músicas compartilhadas, os escritos trocados. Teria sido tudo tão diferente. Talvez para melhor. Por mais que nos afastemos constantemente – como as tais partículas de mesmo sinal –, acredito que somos mais diferentes do que pensávamos. Você e a sua intensidade, eu e a minha calmaria. Você, explosão. Eu, implosão. Talvez seja melhor realmente nos despedirmos. Não sei se consigo lidar por muito mais tempo com todo esse comportamento de querer sem querer, de jogar comigo nas horas que bem entende e me fazer como um vassalo dos teus sentimentos. Talvez eu tam

Dica de Série: Upload (2020)

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“Upload” é uma série de ficção científica lançada pelo Prime Vídeo em 1º de Maio de 2020. A trama se passa em 2033, onde pessoas podem optar por fazer upload para um espaço digital do “pós-vida”. É isso o que acontece com Nathan Brown (Robbie Amell), um jovem programador que sofre um acidente de carro e que fica entre a vida e a morte. Por pressão de sua namorada, Ingrid (Allegra Edwards), Nathan aceita fazer upload para Lakeview. É lá onde ele conhece Nora (Andy Allo), o seu “Anjo”, a pessoa responsável pelo suporte técnico para ele nesse paraíso digital. Ao realizar o upload de Nathan, Nora descobre que algumas memórias dele foram danificadas, levando-a a suspeitar que ele fora assassinado. Com a proximidade entre eles, os dois passam a nutrir sentimentos um pelo outro, o que é perigoso tanto para Nora – que pode perder seu emprego por conta disso – quanto para Nathan – que pode ser apagado a qualquer momento por sua namorada, uma vez que é ela quem paga a sua estadia em Lakeview. CO

Sentimento #015 – A Solidão das Nossas Dores

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“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão na vida.” – Dino Buzzati (em O Deserto dos Tártaros) Uma das coisas mais dolorosas que percebi ao longo da vida foi que estamos realmente sozinhos. Por mais que tenhamos amigos, parentes, amores... No fim das contas, estamos sós. Talvez achem essa minha constatação um tanto quanto pessimista – e talvez ela o seja, mas a considero mais como perturbadora. Porém, a verdade é que até podemos ter pessoas ao nosso lado, nos apoiando, nos aconselhando, nos ouvindo, mas, no fim das contas, ninguém será capaz de sentir as nossas dores. Por maior que seja a empatia ou a dedicação em tentar nos acolher, ninguém conseguirá sentir na pele aquilo que sentimentos.

Nota Mental nº 300

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Dia desses me questionei sobre mim. Ao me olhar no espelho, não fui capaz de me reconhecer mais. Parece haver, no lugar do meu reflexo, um outro eu, um alguém que não consigo mais identificar. O cansaço, as dores, as marcas; tudo parece ter tomado conta de mim. E eu? Por tanto tempo me doei aos outros, ao mundo, à vida... E eu? Pareço ter me esquecido justamente do que mais deveria me importar naquele momento. De mim mesmo. Resolvi então me cuidar. Busquei fórmulas, receitas, sugestões. Nada. Nada parecia me caber. Eu. Uma velha máquina enferrujada que necessitava de reparos, de cuidados... Cuidado... Palavra bonita. Ao longo da vida pude experimentar doses de cuidado. Aos amigos, aos amores, aos parentes, aos clientes, aos... E eu? Quando devo ter cuidado de mim? Talvez naquela viagem ou naquela tarde qualquer em que me permiti devorar uma obra de Ágatha Christie com fervor ou quando me permiti assistir a todos os filmes que se encontravam na minha lista ou quando eu simplesmente não

Dica de Filme: Diário de uma Paixão (2004)

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“Diário de uma Paixão” é um filme lançado em 2004 inspirado no livro homônimo de Nicholas Sparks. Na trama, acompanhamos a história de amor entre Noah (Ryan Gosling) e Allie (Rachel McAdams). Os dois se apaixonam e iniciam um relacionamento intenso, mas repleto de idas e vindas. Antes de o verão acabar, os pais de Allie passam a se opor ao relacionamento e a levam embora da pequena Seabrook. Noah envia cartas para sua amada, mas após não receber nenhuma resposta, resolve seguir sua vida. Sete anos depois, prestes a se casar com Lon (James Marsden), Allie vê a foto de Noah no jornal junto à casa que ele prometeu um dia reformar. Ela resolve ir atrás dele, o que faz com que a chama da paixão de anos antes volte a se acender, deixando Allie dividida entre o seu antigo amor e o seu novo amor. COMENTÁRIO: Não sei porque motivo eu não havia visto esse filme antes. A história de amor entre Noah e Allie é simplesmente fantástica e possui fortes doses de realidade, o que torna a relação deles a

Sentimento #014 – Pelos Amores Reais

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“Nada do que eu já fiz me agrada. E o que eu fiz com amor, estraçalhou-se. Nem amar eu sabia, nem amar eu sabia.” - Clarice Lispector Desde pequenos, somos ensinados que o amor é a mais bela coisa que se pode existir. E, de fato, ele o é. Porém, discordo desse amor idealizado com o qual parecem nos condicionar. Talvez seja por isso que encontremos tantas e tantas pessoas com os corações partidos. Somos ensinados a idealizar. Seja nos filmes, nos livros ou, até mesmo, nas falas cotidianas, sempre nos é mostrado um amor que, acredito eu, seja incapaz de existir. O amor não te isenta de erros. Amar não é simplesmente errar e pedir perdão a cada erro, muito menos é perdoar todas as coisas que alguém faz conosco e que nos magoaram pelo simples ideal de que “o amor tudo suporta”. Isso é cruel. Terrivelmente cruel. Acredito que seríamos muito mais saudáveis se não fôssemos enganados com as histórias românticas idealizadas de amores eternos e perfeitos. Se existe um amor ideal e pe

Sentir Outra Vez

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Volta e meia costumo pensar se eu gostaria ou não de ter o poder de voltar no tempo. Ao mesmo tempo em que sou grato por ser quem sou – mesmo com todas as coisas ruins que já me aconteceram –, penso em como tudo poderia ser diferente. Talvez eu fosse mais feliz, mais alegre, mais amado... Tantas e tantas possibilidades que me fazem me questionar sobre quem sou, o que vivi e o que ainda poderei viver. Trata-se de um jogo de forças que me puxa em direções contrárias – e não são apenas duas, mas várias. Se por um lado pareço aceitar o que me aconteceu, por outro penso em como tudo poderia ser diferente. No amor e na amizade, por exemplo, se eu não tivesse vivenciado tantas traições e mentiras, eu poderia ser menos “quebrado” do que sou. Ao mesmo tempo, talvez eu conseguisse ainda acreditar com mais facilidade nas pessoas ao meu redor... Talvez eu conseguisse acreditar ainda, com aquela força e paixão do passado, na amizade e no amor. Tudo seria diferente... Porém, talvez eu não estivesse

Dica de Livro: Bom Dia, Verônica (2016)

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A rotina da escrivã de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano. * COMENTÁRIO : Instigado pela série “Bom Dia, Verônica”, fui atrás do livro no qual a mesma fora baseada. Porém, logo nas primeiras páginas é possível perceber que as duas obras possuem várias diferenças – a começar pelo suicídio que dá início à trama. Enquanto na série da Netflix, Verônica acredita cegamente em Carvana e vai, aos poucos, percebendo os segredos que ele esconde, no livro ela já apresenta – logo a

Sentimento #013 – A Coragem de Amar

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“Até na pessoa mais cansada o amor é como um despertar.” - Francesco Alberoni Às vezes, ao olhar para trás, lembro com ternura de como eu costumava ser. Uma doce inocência, um ar de pureza e uma terrível capacidade para me iludir. Acho que foi assim que comecei a conhecer o amor: como uma fantasia. Com o passar dos anos, com as decepções que surgiram, fui aprendendo – na marra – que o amor não é tão simples quanto parece. Amar é difícil, é complicado... Não há pessoa no mundo que seja capaz de decifrar o que, de verdade, é o amor. Já jurei para mim mesmo nunca mais me apaixonar, mas mesmo assim, quando eu menos esperava, lá estava um sorriso, um olhar, uma palavra, um toque, algo simples que acabava por me encantar por completo. Ninguém explica o amor... Nem mesmo o coração mais partido ou mais bem cuidado é capaz de evitá-lo. Amar alguém é como simplesmente renascer de si mesmo, das suas próprias cinzas. É como se inundar de esperança em meio ao caos. Amar alguém é um dos ma

Nós Dois

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Poucas vezes na vida eu tive a vontade de voltar no tempo e fazer tudo diferente. Não costumo me arrepender das minhas escolhas – por mais erradas que elas possam ser. Porém, com você, tudo foi diferente. Com você, eu teria a coragem necessária para voltar atrás e fazer tudo diferente. Com você, eu teria tido a coragem necessária para enfrentar todos os meus medos de uma vez por todas. Te conhecer foi algo estranho. Bom, mas estranho. Se eu precisasse descrever o que mais me chamou a atenção em você, seria – sem sombra de dúvidas – o teu sorriso. Lembro como se fosse hoje a primeira vez em que eu o vi. Um sorriso forte, marcante, sorriso de gente feliz. Eu nada sabia sobre você e, talvez, ter descoberto tudo o que sei hoje tenha me feito te admirar cada vez mais. Você sempre parece saber o que dizer: seja em uma brincadeira ou em uma conversa mais séria. Sempre... À primeira vista, eu diria que nós dois não teríamos sequer como ser amigos, muito menos amantes. Ao te ver de longe, eu po