Despedida
Hoje eu decidi me despedir de você. Acho que não há mais motivos para nos mantermos próximos um do outro. São mágoas constantes, de ambas as partes, e parecemos nos repelir mais do que duas partículas de mesmo sinal – sim, eu ainda me lembro das aulas de física.
Acho que tudo começou errado.
Talvez eu, o mais racional de nós dois, devesse ter, lá atrás, encerrado todo
aquele papo inicial, as conversas até tarde da noite, as músicas
compartilhadas, os escritos trocados. Teria sido tudo tão diferente. Talvez
para melhor.
Por mais que nos afastemos
constantemente – como as tais partículas de mesmo sinal –, acredito que somos mais
diferentes do que pensávamos. Você e a sua intensidade, eu e a minha calmaria.
Você, explosão.
Eu, implosão.
Talvez seja melhor realmente nos
despedirmos. Não sei se consigo lidar por muito mais tempo com todo esse
comportamento de querer sem querer, de jogar comigo nas horas que bem entende e
me fazer como um vassalo dos teus sentimentos. Talvez eu também deva me afastar
justamente pelo medo que você me provoca; uma terrível paralisia, na qual,
quanto mais tento correr, mais me vejo preso a ti.
Essa é a nossa despedida, “antagônica”.
Acredito que chegou a vez de darmos o nosso derradeiro adeus para que possamos
seguir em frente com novas histórias, novas vivências e, também, novos amores.
Perdão por não ter sido o que
você esperava.
Talvez fôssemos complicados
demais um para o outro.
Até um dia, quem sabe.
Seja feliz.
E não se esqueça do quanto eu te
amo.
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