Fatal
Você, com esse seu jeito de
menina-mulher, parece me puxar cada vez mais pra perto da tua órbita. Não sei
se é uma atração – perigosa, por sinal –, algum feitiço ou, simplesmente, amor.
Não sei... Tudo se torna uma verdadeira confusão quando se trata de você.
Já te disse – mais de uma vez –
o quanto a tua presença me inquieta. Não sei se pela tua intensidade ou se pelo
teu olhar – esse olhar meio vazio e que parece me sugar a cada vez que o
encaro.
Você chega devagar, sorridente,
com o seu riso meio tímido de criança que acabou de aprontar, mas que esconde a
tua verdadeira face: a de uma mulher fatal, que é capaz, até mesmo, de
controlar o mais forte dos homens com apenas poucas palavras. Acho que somente
assim, criando uma bela e tresloucada mitologia, eu seja capaz de conseguir
falar um pouco mais sobre você.
Os teus gestos são sutis, mas
são capazes de se tornar velozes com um piscar de olhos. Você muda da água para
a o vinho em questão de segundos. Tudo parece ser ligeiramente inconstante com
você, como um átomo que busca encontrar o seu equilíbrio a qualquer custo.
Você é intensidade, é força, é
paixão, é fervor. Ao mesmo tempo, quando te vejo, tudo parece ser o oposto. É
como se, no fundo, você fosse muito mais do que parece ser...
Talvez as minhas palavras nunca
cheguem a você. Talvez você nunca saiba disso, mas quem sabe um dia eu não
tenha a coragem necessária para falar sobre o que sinto por você, sobre o que a
tua presença provoca em mim. Talvez esse seja o meu “trunfo”: por mais que você
me atraia, você nunca consegue o que quer.
Um verdadeiro jogo de gato e
rato. Você, aquela que consegue atrair para si tudo aquilo que deseja. Eu,
aquele que consegue se afastar de tudo aquilo que deseja, mas que tem medo.
Sim... Eu já disse que tenho medo de você. Não da tua intensidade, não das tuas
palavras, não das atitudes, mas daquilo que eu posso ser se algum dia me
entregar a você.
Talvez seja melhor assim. Como
duas partículas opostas que se atraem e continuam girando em círculos por toda
uma eternidade em busca de algo que as faça fazer sentido. Talvez isso esteja
em você – em nós. Mesmo assim, o risco de te perder é grande demais para
arriscar uma tentativa qualquer de dizer tudo o que sinto.
No fim das contas, talvez eu
seja um grande covarde.
Um covarde com coragem
suficiente para resistir aos encantos da mulher mais fatal que já pude
encontrar, a mulher que amo.
Comentários
Postar um comentário