Sentimento #002 - Sobre os amores ideais e reais
“Dessa
vez era um amor mais realista e não romântico: era um amor de quem já sofreu
por amor”.
-
Clarice Lispector
Eu consigo me lembrar
perfeitamente a visão que eu tinha sobre o amor quando era criança. Eu acreditava
que um dia eu iria me apaixonar pela garota ideal, perfeita, que ela iria ter
os gostos parecidos com os meus. Nos conheceríamos, nos apaixonaríamos e, alguns
anos depois, iríamos casar e ter filhos. Seríamos felizes para sempre.
Qual não foi a minha surpresa ao
ter uma decepção amorosa pela primeira vez...
Acredito que, a cada desilusão,
aquele ideal de amor foi, aos poucos, se dissolvendo. Uma nova forma de amar
surgiu. Algo mais real, mais sutil, com um ar de cautela, mas sem deixar de ter
aquelas características arrebatadoras do amor. Acho que há, também, um certo
medo, uma dificuldade em se entregar, em se permitir. Talvez seja normal... Só
quem já teve o seu coração partido sabe a intensidade da dor que pode surgir
quando se ama alguém.
Eu ainda sigo acreditando no
amor. Não naquele amor dos contos de fadas que eu acreditava quando criança,
mas num amor de verdade, palpável. Um amor cheio de qualidades e defeitos, mas
que seja capaz de me fazer flutuar – figurativamente, óbvio – sem que eu
precise tirar os pés do chão.
Talvez essa seja a maior diferença do amor que acredito hoje em dia para o que eu tanto sonhava lá atrás... Lá, eu acreditava que o amor iria, realmente, me fazer voar.
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