Sentimento #035 – As Mágoas e as Prisões


 “Por um tempo, ela deixou que o mundo a magoasse até que chegou à conclusão de que era mais seguro não ser ela mesma de jeito nenhum.”

– Jojo Moyes (em Ainda Sou Eu)

Por muito tempo, eu me vi preso aos meus medos. Era como se eu fosse constantemente definido apenas pelas minhas mágoas, por tudo de ruim que havia me ocorrido. Aos poucos, fui me fechando em volta de mim mesmo. Era como se não houvesse nada mais além da dor.

Deixei de viver muitas coisas pelo medo de me machucar novamente. Vivia sempre na defensiva e esperando apenas o pior do mundo ao meu redor. Nada parecia me alegrar, nada parecia me fazer sorrir... Eu havia me tornado um daqueles terríveis clichês da amargura. Um garoto assustado preso no corpo de um homem que não sabia como agir diante do mundo.

Demorou muito tempo para que as coisas mudassem. Foi um processo lento, complicado e nada gradual. Foram altos e baixos intermináveis que eu sequer sabia como lidar... Eu tinha medo de viver, medo de me arriscar, medo de amar... Eu passei a acreditar que ser feliz não era uma possibilidade para mim.

Talvez eu ainda seja um pouco assim; meio assustado, meio angustiado, meio temeroso. Porém, tento viver com uma pitada de leveza a mais do que antes, tentando aceitar os meus próprios demônios e, também, o meu passado. Não sei se um dia eu talvez vá ser como uma daquelas pessoas totalmente otimistas que tanto nos encantam nos filmes e livros. Acho que está tudo bem ser assim... Talvez aceitar o meu passado, as minhas marcas, seja apenas um dos muitos passos que eu tenho que dar em direção ao meu amor próprio, à minha “própria” felicidade.

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