Amar o Amor
Há uma linha tênue entre o amor
e a dor. Há um espaço vazio entre as paredes do meu coração. Acho que passamos
a nossa vida toda na expectativa de encontrar alguém, de nos preencher, de
conhecer alguém que nos faça suspirar. Um alguém que nos “complete”. Em todas
as minhas experiências aprendi que, mesmo com as diferenças, não há
complementação. Não há um sentido bom em ser “completado”. Na física do amor,
opostos não se atraem. Ok. Temos nossas
exceções... Mas, no fundo, a verdade é que quando há o amor e a vontade de
estar junto, as diferenças parecem nem existir. Por mais que tentemos repelir
esse alguém, algo parece nos puxar de volta para aquela pessoa.
Há um erro na lógica da vida. A
partir do momento em que pensamos precisar de alguém para sermos felizes,
depositamos todas as nossas fichas nessa esperança, nessa vil esperança de que
alguém (além de nós mesmos) será capaz de fazer aquilo que sequer conseguimos.
Antes de encontrar alguém, precisamos nos encontrar. Antes de amar alguém,
precisamos nos amar. São os requisitos do amor. E me desculpem, mas Tom Jobim
estava errado: não é impossível ser feliz sozinho. É sozinho que somos felizes
o suficiente para encontrar alguém com quem compartilhar essa felicidade.
Há um erro na tenuidade do amor. Amor não é uma parede fina que construímos, mas uma parede grossa, espessa, trabalhada e reforçada com todos os itens necessários. Amor é aquilo que podemos sentir em uma hora, um dia, ou no tempo que acharmos que seja necessário. Se acharmos que é amor, que seja. Se não for, paciência. Há uma beleza em se dizer amante, em querer amar, em dizer amar, em viver amor. Amar e amar cada vez mais. Acho que é isso que nos impulsiona na vida: o amor; seja por um outro alguém ou por nós mesmos.
Texto Originalmente publicado em 05 de outubro
de 2015.
Revisado em 04 de abril de 2021.
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