A Música. A Desilusão. A Foto.

Uma lembrança se faz presente. Faz um ano que ouvi aquela música... Por coincidência, o calendário foi corajoso ao me lembrar que naquele domingo e nos dois seguintes, três fatos mudaram quem eu era. Três passos de um estágio sem voltas.

A música que inspirou, que marcou, que motivou e que foi ouvida diariamente ao longo desses trezentos e sessenta e cinco dias (sim, por extenso para mostrar o quão longo foi esse ano). A música que me fez ser um homem determinado (em boa parte do tempo) e que me acalentou durante várias noites de amargura. A música que me fez querer partir, ficar, amar, odiar, lembrar, esquecer, tentar, compreender, tentar compreender.

A desilusão. O amor conturbado que quebrou a casca que aqui existiu por mais de dois anos. A desilusão que me fez não acreditar tão facilmente no amor e na sua beleza, que me fez duvidar de amizades e que, acima de tudo, alimentou a frieza do meu coração. A desilusão que me fez desacreditar ainda mais nas pessoas e nos seus falsos “Eu te amo!”. A desilusão... A doce desilusão. A amizade e o amor; ambos destruídos por um simples beijo.

A foto. Aquela foto... O sorriso tímido, os textos bem escritos, as músicas inspiradoras. Como eu sonhei, como eu desejei. E por mais que o medo e a insegurança de me apaixonar se fizessem presentes, eu tentei. Tentei, tentei, tentei e voltei atrás. Tentei novamente e, por fim, quando a coragem me tomou por completo, não havia mais tempo para amar. A foto que tantas vezes me fez sorrir e chorar e que, ainda hoje, me provoca arrepios. A foto de quem me fez descrer no amor mais uma vez.

Eu não odeio o amor. Eu odeio os “Eu te amo!”. Os falsos “Eu te amo!”. Eu odeio as pessoas que dizem amar sem certeza e que não buscam a nitidez das suas emoções. Tanto aquela música, quanto aquela desilusão e aquela foto foram marcos pra mim, marcos da minha vida, marcas na minha alma. Momentos inesquecíveis que me fizeram crer e descrer. E hoje, com todas as marcas que guardo, eu não voltaria atrás. Eu teria ouvido aquela música, teria me desiludido novamente, teria visto aquela foto e me apaixonado per-di-da-men-te. No fundo, eu não gostava daquele meu eu, um eu frio que não fazia questão de amar. Quanto maiores as nossas desilusões, maiores as nossas mudanças. Para o bem ou para o mal.     

 

Texto Originalmente publicado em 21 de outubro de 2015.

Revisado em 30 de maio de 2021.

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