O Artista

Ele era um artista. Era jovem demais para ser velho, mas era velho demais para ser tão jovem. Sua cabeça era repleta de sonhos, desejos e ilusões. Sonhava conquistar o mundo, mas sem perder sua essência. Desejava sempre ser o melhor para si. Iludia-se em acreditar na bondade alheia incansavelmente.
Ele era um artista. E assim como qualquer humano, era repleto de medos e inseguranças. Medos que poucas, raras, pessoas eram capazes de entender. Sofria calado e buscava na arte uma forma de exorcizar os seus demônios internos. Lutava diariamente contra si mesmo, sempre buscando uma nova forma de lidar com suas angústias, mas não adiantava... Ele continuava perdido, com medo, assustado.
Ele era um artista. Tinha a alma doce como a de uma criança, mas a mente tão velha como a de um ancião. Buscava amizade, amor, desejo, paixão. Desejava vivenciar tudo aquilo que acreditava lhe ser predestinado, mas em troca conquistara uma velha caixa no peito onde guardava suas mágoas.
                Ele era um artista e sonhava amar, voar, correr, gritar, pular, sorrir.

                Ele era um artista e só lhe restou viver. 

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