Eu jurei nunca mais escrever...
Se você quer me amar, pode entrar - eu deixo! -, mas promete
cuidar de mim? Promete que não vai machucar o meu coração, que não vai me ferir
na primeira oportunidade e que não vai partir, do nada, me massacrando com a
saudade?
Promete que vai estar comigo nos bons e maus momentos, na
alegria e na tristeza e em todos os votos que fazemos ao casar? Porque se não
for pra ser assim, eu não quero.
Não. Não me entenda errado. Eu não quero um casamento logo
após o primeiro ou segundo encontro - se é que quero isso -, mas é que não sou
homem de viver meias verdades, de fazer joguinhos de sedução, especular gestos,
deduzir tantas outras coisas. Gosto do jogo sincero, das cartas na mesa e das
roupas no chão. Eu quero um romance de verdade, de carne e osso; onde possamos
brigar e, ainda assim, deixar tudo passar com um olhar, um sorriso, um beijo e
um sonoro "eu te amo!". Eu quero intensidade, mas não quero
irresponsabilidade. Não quero arriscar meu coração nas mãos de alguém que busca
apenas diversão. Eu não nasci pra isso.
Nasci pra os programas pacatos de casais, daquelas coisas
caretas e bregas que as pessoas amam em livros e rejeitam para si mesmas. Não
quero festas, só se for com você. As festas dos nossos beijos, abraços, jogos
e, inclusive, das piadas internas que jamais alguém ousará saber. Quero uma
liberdade nossa, um infinito particular criado por uma ideia que aprendi na
matemática do ensino médio: conjunto união (eu, você e nós; com todas as nossas
qualidades e defeitos).
Quem vê assim de fora deve pensar que sou controlador,
talvez obsessivo; mas não. É que não me bastam as relações vazias, o ficar por
ficar, as 50 e tantas bocas beijadas em um mês. Eu quero amar. Eu quero me
arriscar. Quero lembrar do teu nome, da tua pele, do teu gosto, do teu beijo,
do teu gozo. Quero lembrar dos momentos mais alegres e dos mais tristes para
que - caso estejamos juntos daqui a algumas décadas - possamos sorrir e lembrar
orgulhosamente se tudo o que fizemos e do quanto nos doamos. Eu quero um amor
memorável. E me desculpe se você não o quiser – não hoje ou agora –, mas é que
a vida pode ser curta demais para ser vivida em água morna.
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