Correr Riscos


Você já parou para pensar nos riscos que corremos diariamente? Até mesmo nas coisas mais simples, como deitar na cama, beber água ou respirar. Ao deitarmos na cama, ela pode se quebrar, uma madeira pode nos machucar, o teto pode cair, um curto circuito pode se iniciar. Beber um copo com água também pode ser perigoso. Já imaginou morrer engasgado? E respirar? Um simples mosquito entrando pelas nossas vias aéreas e poderíamos morrer – no pior dos cenários. São coisas comumente seguras e que, talvez, por já as termos realizado inúmeras vezes, a possibilidade de um risco parece simplesmente inexistir.

Talvez vocês estejam se perguntando se usei alguma droga pesada antes de escrever esse texto ou se perdi totalmente a minha noção com a realidade, mas a verdade é que, em praticamente todas as coisas que fazemos diariamente, corremos possíveis riscos. Pode parecer uma negatividade da minha parte, mas, na verdade, não pretendo fazer uma apologia a isso, mas sim aos riscos, ou, melhor dizendo, aos nossos arriscamentos – não sei nem se essa palavra existe.

Não tento aqui iniciar uma carreira de coach. Pelo contrário. Tento aqui plantar um recomeço, cheio de novas possibilidades, com um mundo inteiro ao nosso redor para ser explorado. A verdade é que o medo funciona como uma espécie de instinto natural, uma tentativa do nosso organismo – e aqui considero corpo, mente e alma – de nos proteger de tudo de novo que possa existir.

Acredito que deixei, durante muito tempo, o medo me controlar. O medo de viver, de ser quem eu quero ser, de seguir os meus próprios sonhos, de amar, até mesmo de sair para um lugar qualquer no meio da semana... Tudo era dotado de um medo incontrolável de abrir a porta de casa e encarar o mundo lá fora. Era como se qualquer coisa, para além da minha zona de conforto, pudesse simplesmente me desestabilizar ou me destruir.

A verdade é que, no final das contas, me parece que viver é um verdadeiro arriscar-se constantemente. Seja ao acordar, ao levantar, ao comer, ao sair de casa, ao escrever, ao amar... Todos os dias, por mais parecidos que sejam aos anteriores, são novas possibilidades, novos recomeços, novos caminhos. Não somos mais os mesmos e nem o mundo ao nosso redor continua como era. Trata-se de um “correr riscos” que nos possibilita não apenas a chance de viver e de sobreviver a cada dia, mas também, de permitir que possamos sentir, dia após a dia, que estamos vivos. 

Texto Originalmente postado em 30 de dezembro de 2014

Revisado em 06 de agosto de 2020

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