Você



Você foi calmaria em meio à minha tempestade.
Foi o sossego em meio ao meu turbilhão de emoções.
Você foi pureza quando eu não mais conseguia acreditar nela.
Você foi beleza quando tudo se tornou estranho.
Você foi alegria quando nada mais parecia ser feliz.
Era um sonho... O mais lindo sonho que eu poderia imaginar.
A tua leveza, a tua doçura, o teu sorriso escancarado e tímido ao mesmo tempo.
Tudo.

Tudo em você me trazia paz.
As tuas palavras, o teu jeito meio bobo e desengonçado...
Tudo.

Tanta coisa aconteceu ao longo daqueles meses...
Tanta angústia, tanta maldade, tanta tristeza... Mas, ainda assim, você conseguia me trazer paz.
Promessas, promessas e mais promessas.
Lembranças, surpresas, tanta coisa que um dia eu odiei e que você me fez gostar.
Eu era um garoto apaixonado aos meus vinte e poucos anos.
E você era... A perfeição.
Eu devia ter visto desde o início que tudo o que te rodeava era a mais perfeita utopia.
Simplesmente utopia.
Para cada palavra mal colocada, duas novas palavras surgiam – dessa vez em forma de elogios.
Para cada atitude mal feita, uma lembrança.
Era assim... Sempre assim.
Para cada dor, havia uma pitada de amor.
Aliás, não era uma pitada... Com você, nada nunca era uma pitada.
Para cada dor, havia tanta promessa, tanta desculpa, tanto amor... Que era fácil acreditar que nada daquilo jamais se repetiria.
Tornou-se um ciclo.
Uma mágoa, vinte doses de amor, outra mágoa e mais vinte doses de amor.
Era um desgaste porque, embora você me enchesse de amor, você também me feria.
Constantemente.
Um desgaste constante de amar e temer.
De te amar em todos os teus jeitos.
E de temer todos os teus maus jeitos.

Não demorou muito e toda a dor que desaparecera quando você chegou foi reaparecendo... Só que pior.
Talvez eu tenha criado tantas expectativas sobre você, que a decepção acabou sendo a pior de todas.
Eu te amava.
Te amava em corpo, em gesto, em palavras e em tudo mais que eu podia ser.
Eu amava cada parte tua, cada detalhe imperfeito, cada pequeno pedaço de perfeição.
Tudo.

E doía. Doía ouvir as suas palavras sempre mal colocadas e que me feriam, doía ver as suas atitudes sempre mal colocadas e que me feriam... E doía, mais ainda, ver a sua insensibilidade e incapacidade de mudar.
Eu não queria que você vivesse pisando em ovos com medo de me machucar, mas você vivia ao contrário...
Era como se você achasse que, por te amar, eu fosse te perdoar sempre. Das menores às maiores decepções.
Não foi assim.
Até mesmo eu, que aguentei por tanto tempo todo aquele meu masoquismo, fui incapaz de suportar.
Uma hora eu cansei. Cansei de toda aquela dor.
Doía.
D O Í A      C O N S T A N T E M E N T E
E ainda dói.

Se eu tivesse o poder de voltar no tempo e rever as minhas escolhas, acredito que eu ainda te amaria, com todas as minhas forças.
Porém, dessa vez, talvez eu fosse embora em pouco tempo...
Porque se tem uma coisa que eu aprendi com você...
Foi que me amar estará sempre em primeiro lugar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Resposta da Ninfa ao Pastor – Walter Raleigh

Sentimento #016 – O Significado do Amor