De que adianta?

De que adianta ter todas as dores, amores, temores, todas as flores? De que adianta ter todos os laços, abraços, amassos? De que adianta lutar, conquistar, amar? Os corações partidos, alados, roubados, quebrados, todos eles massacrados por tantos amores e dores. Quiçá eles terão sido todos em vão ou será que, no fim de toda essa história, todos eles terão valido à pena?

Não há amores sem dores. Não há dores sem amores. No fundo, tudo é conectado. Somos um ponto em comum entre todos os sentimentos e tormentos que cerceiam o ser humano. Não somos “homens”, somos humanos, animais. Somos todos pontos ligados a outros pontos de emoções. Emoções que nos estimulam, que nos movem, que nos fazem sentir, arder, ferver, gozar e que conseguem, mesmo no mais forte ser humano, foder com as nossas vidas. É essa a verdade: todos nós, em qualquer momento da vida, seremos fodidos (essa é a expressão, me perdoem) pela nossa coragem, pelo nosso desejo de amar ou, simplesmente, pelas nossas escolhas.

Vivemos para escolher, optar. E de que adianta termos sempre as nossas certezas se, ao fim, tudo o que nos resta é a morte? Pensem. Esse não é um texto pessimista, mas realista, um texto onde expresso todo o meu descontentamento com as dores, sofrimentos e péssimas escolhas. Viver não se trata de acertos, mas dos nossos erros, das nossas mais estúpidas ações e que, ao fim, vamos tentar mudar para, quem sabe assim, melhorar. Viver é sobre “subir de nível”, crescer – não só fisicamente. O que seriam dos pais sem terem aprendido o que aprenderam com os seus pais? O que seria dos redimidos sem os seus piores erros?

Essa é a verdade, a verdade nua e crua: somos pedaços de papel jogados ao vento. Pedaços em busca de uma corrente de ar que nos guiará para o lugar mais belo ou para o lugar mais fétido. Viver se trata de escolhas, de riscos. De que adianta vivermos em nossa zona de conforto, errando cotidianamente sem reconhecer e/ou mudar em nada com isso? De que adianta viver sem, ao menos, nunca ter chorado? De que adianta viver e morrer sem nunca realmente ter vivido?

Texto Originalmente publicado em 02 de agosto de 2015.

Revisado em 01 de fevereiro de 2021.



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