Sobre a Incerteza do Amar

Existe algo em você que me afeta. Não sei se é o teu toque, o teu cheiro, o teu olhar ou a tua simples presença. Embora esteja tão banalizado, o amor é complexo. Amar alguém é querer jogar-se no escuro e desejar que esse alguém esteja lá com os braços abertos te esperando. Amor é inexplicável. Ele é físico, químico, biológico, ele é intenso e calmo. Sentimento incerto que consegue nos levar à loucura ou ao sossego.

Rita Lee cantou que “O amor nos torna patéticos!” e não mentiu. Nos tornamos tolos, bobos apaixonados. Sorrimos com um simples “oi”, um simples olhar ou, até mesmo, uma vaga lembrança. O amor é para os fortes, é somente para aqueles capazes de se arriscar, de jogar-se em um rio sem saber para onde a correnteza os levará. O amor requer força, coragem, capacidade para saber lidar com tudo o que vier. Sem questionamentos.

Abrir-se para o amor é como andar em uma trilha deserta e esperar que apareça alguém disposto a se juntar a você e buscar um novo caminho, uma nova saída, uma nova vida. Amar é ter o desejo de se incendiar, de se permitir sentir tudo aquilo que você jamais cogitou. Amar é viver o risco de perder alguém. E na falta de alguém para compartilhar o amor, que usemos o amor próprio, a melhor forma de amor existente e que nunca irá nos ferir.

Texto Originalmente publicado em 21 de agosto de 2015.

Revisado em 01 de fevereiro de 2021.

 

*Este texto foi originalmente postado, em 2015, com o título “Sobre a bipolaridade do amar”. Apesar de a palavra bipolar ser utilizada, na Língua Portuguesa, para definir qualquer coisa que possua dois polos, foi optado pelo autor a remover a palavra do título a fim de evitar qualquer estigmatização em torno da palavra e, consequentemente, dos quadros de Transtorno Bipolar.  

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