Palavras que Ferem
Palavras são facilmente ditas.
Dificilmente são medidas. Constantemente ferem. Em meio a um mundo onde
palavras tornaram-se poucas, abreviadas, simplificadas com imagens, as poucas que
são ditas ganham um poder ainda maior.
Palavras são poderosas. Palavras
de amor, de ódio, de felicidade, de crítica. Até mesmo a ausência de palavras é
capaz de nos fazer entender. E, muitas vezes, é melhor nos calarmos. Palavras
mal ditas, palavras malditas, são capazes de ferir imensamente aqueles que
menos queremos magoar. Palavras são poderosas.
Lembro-me de uma parábola sobre
um coração de madeira e uma mãe que ali passou a colocar pregos toda vez que
seu filho a magoava. Um dia, ao ver o coração cheio de pregos, o filho buscou
sua “redenção”. À medida que ele fazia bons gestos, sua mãe removia os pregos.
Um dia, o filho, comovido, viu o coração sem pregos, mas cheio de buracos. Por
mais que palavras possam ser “desculpadas”, por mais que as pessoas voltem
atrás no que disseram, as marcas de uma palavra mal dita ficarão.
Desculpas não apagam marcas.
Desculpas não apagam palavras. Desculpas amenizam. Palavras são poderosas. Elas
podem destruir a alma. Elas podem destruir o amor. Elas podem nos curar. Elas
podem nos ferir. Elas podem, até mesmo, nos matar.
Texto Originalmente publicado em 29 de agosto
de 2015.
Revisado em 01 de fevereiro de 2021.
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