"Não acredite no amor!"
Ela disse:
- Não
acredite no amor.
Não foi pra
mim. Eu sequer a conhecia. Eu não sabia quem ela era. Apenas a vi, do outro
lado da rua, por trás de uma porta de vidro.
- Não acredite
no amor!
Em momento
algum, suas palavras foram proferidas a mim; mas me doeram. Foram pra mim.
Talvez o acaso, o destino, qualquer outra merda dessas em que acreditamos tenha
direcionado aquela frase pra mim.
- Não
acredite no amor.
E martelou,
martelou, insistiu, fazendo um barulho dentro de mim. Repetindo, explodindo,
vociferando. A minha própria mente captando uma frase aleatória na rua para me
fazer acreditar. Para acalmar o sofrimento.
- Não acredite
no amor.
E então eu
percebi que eu não deveria acreditar no amor.
Eu não deveria acreditar no falso amor de quem não sabe o que é amar.
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