Um Ser Só

Às vezes eu me sinto como um barco à deriva, em busca de uma direção, de um porto, de algo que me faça me sustentar, me firmar. Clamo pela terra firme, mas ela parece estar cada vez mais distante. Sempre me senti só. Nunca fui o tipo de pessoa que tem uma porção de amigos. No fim das contas, eu só podia contar comigo mesmo. Por mais que tivessem pessoas ao meu lado, eu continuava só. Sem rumo. Sem direção. Sem suporte. Em mim, havia um certo clamor: eu queria fazer parte. Queria ser como os outros garotos, as outras crianças, os outros adolescentes, os outros adultos... Sempre desejei ser alguém. Alguém maior do que eu parecia ser. Tentava seguir, tentava me adaptar, me moldar, mas nada parecia fazer sentido. Eu nunca era alguém ali. Nunca. As minhas inseguranças, as minhas questões, os meus medos, todos eles pareciam gritar comigo. Ninguém parecia me querer ali. Ninguém... Era doloroso saber que eu não fazia parte, que eu não era uma opção, que eu jamais seria escolhido. Doía. E como ...