Sentimento #028 – Deus e o Tempo
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Pela mesma razão por que não apresentamos Otelo: eles são antigos. Tratam de
Deus tal qual era há centenas de anos, não de Deus como é agora.
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Mas Deus não muda.
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Acontece que os homens mudam.”
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Aldous Huxley (em Admirável Mundo Novo)
Eu acredito em Deus. Não penso nele
como uma criança malvada que fica diante de um formigueiro tentando queimar com
uma lupa aquelas que não fazem o seu trabalho. Não... Eu nunca acreditei em um
Deus assim.
Na verdade, desde pequeno, fui
educado dentro de uma determinada religião. Depois, me afastei e fui para
outra. Depois, me afastei novamente e me abri a conhecer outras... A verdade é
que a palavra de Deus parece ser a mesma em todas elas. De um lado temos o Deus
do amor universal, o Deus benéfico e que ama a todos os seus filhos e filhas.
De um outro lado, parece haver nos discursos da maioria das religiões um certo
tom punitivo, de um Deus cruel que pune os pecadores e que só abrirá as portas
do céu para aqueles que tiverem feito o bem na Terra.
Eu deixei de acreditar na Bíblia
e nas religiões há algum tempo. Não em Deus.
Eu continuo acreditando que
talvez, muito provavelmente, exista uma força maior benéfica que cuida, que nos
olha, mas que não interfere. Um Deus que ama a todos os seus filhos e filhas da
mesma forma. O maior problema está justamente nas religiões. É como aquela
velha brincadeira do telefone sem fio, na qual, muitas vezes, a frase que chega
ao final não tem nada a ver com a que foi inicialmente dita.
Acredito que a tal Palavra de
Deus tenha se deturpado ao longo dos séculos em prol dos homens e das mulheres
que dizem carregar aqueles mesmos valores divinos e que tentam pregar e trazer
ao povo a bondade divina.
Pura balela.
Se Deus é amor, como pode
existir quem siga a palavra divina para perpetuar o ódio?
Se Deus existe, talvez ele
esteja lá fora cuidando de nós, nos guiando nos momentos de angústia e de
aflição, nos acolhendo, talvez. Deus está nos detalhes, na bondade, no afeto,
no carinho, no amor.
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