A Corrida do Tempo

E em meio a morte, vemos que somos tão frágeis, tão vulneráveis. A morte é uma faca de dois gumes. Por um lado, temos a sua incerteza – de que a qualquer momento ela pode chegar – e por outro temos a sua certeza – a de que ela sempre virá, não importa a hora. Quando alguém morre, seja esse alguém distante ou próximo a mim, sinto um abalo tão forte. Acho que é normal isso. Afinal, eu sou humano. Porém, para amenizar esse meu eu-sentimental, tento pensar em todas as coisas boas que aquela pessoa viveu: suas amizades, seus relacionamentos, seus momentos felizes, até mesmo os momentos em que a tristeza tomou conta e ele/ela fez disso algo maior, um motivo de força. Como se lembrar daqueles sorrisos fosse aliviar a dor que insiste em tomar conta de mim nesses momentos.

A morte volta e meia aparece e nos diz que está aqui. Ela quer se manter presente, deixando explícito que não importa se somos jovens ou velhos, se somos filhos ou pais, amantes ou amados. Ela virá como um feroz lança-chamas em meio à chuva. A morte nada mais é do que é a lembrança de que, independente de nossas alegrias e/ou tristezas, de que, por mais que nossas vidas sejam perfeitas, temos de buscar viver todos os dias. Viver não somente por nós, mas por aqueles que amamos e não tiveram tempo suficiente de usufruir tudo aquilo que nos é possível e que desejamos

A morte é apenas um lembrete. Um cruel lembrete. Um lembrete de que a felicidade está na nossa porta. Um lembrete de que o tempo corre e que, algum dia, de uma forma ou de outra, será a nossa vez.

Você já pensou no que quer viver pelo resto da sua vida?

Ou melhor, o que você quer viver por hoje?

Texto Originalmente publicado em 03 de fevereiro de 2015.

Revisado em 04 de outubro de 2020.

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