Olhares
Um
ano. Alguns dias a mais ou a menos. Não importa. Há um ano eu te vi pela
primeira vez. Você estava sentada ao lado de uma amiga e ouvi um cochicho teu
falando sobre o “garoto que está chegando”. Na mesma hora eu olhei e foi quando
nossos olhares se cruzaram pela primeira vez. Como eu queria guardar aquele
momento... Não lembro qual a roupa que você usava, como seu cabelo estava
arrumado. Nada. Bastou um simples olhar teu para que nada mais ao redor fizesse
sentido, apenas nós dois. Como você
estava linda... Ou melhor, como você é linda!
Lembro
que, no decorrer dos dias, passei a te olhar constantemente. Por vezes você
retribuía o olhar e virava o rosto ao me notar. De longe pude perceber pequenas
coisas sobre você... O jeito doce, meigo, atrapalhado... Acho que daríamos uma
boa comédia romântica. Daquelas bem clichê. Sabe?
Em
toda a minha vida, nunca passei por situação parecida. Dizem que os amores
“platônicos” são os mais belos e perfeitos pelo simples fato de não levarem
mágoas, de serem mágicos o suficiente para permanecerem em nossa memória. Certa
vez, em uma série, uma personagem disse: “O momento mais importante de um beijo
são os segundos que o precedem!”. É a mais pura verdade. Os segundos antes de
um beijo (de amor) são os mais emocionantes, são aqueles onde nada é preciso,
onde nossos corações aceleram, nossas mãos gelam e nós ficamos levemente
desnorteados.
Um ano
atrás você me resgatou da sombra na qual eu havia me colocado. Um vazio sem
esperanças e sem perspectivas de amar ou de encontrar algo parecido. Agora, em
meio a mais uma escuridão, sinto teu olhar me iluminando, puxando-me de volta.
Como o olhar de um anjo. Eu queria te abraçar, te beijar, correr em sua
direção, assistir a um filme idiota contigo, te amar e, quem sabe, te fazer
feliz por toda uma vida – ou, ao menos, enquanto a nossa felicidade durasse. Eu
faria tudo isso. Eu teria toda essa coragem. Se eu ao menos soubesse o teu
nome...
Texto Originalmente publicado em 01 de
fevereiro de 2015.
Revisado em 04 de outubro de 2020.
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