Heróis


Passei toda a minha infância invejando os super-heróis e a capacidade que eles possuem de ser fortes. Via personagens que não choravam, que resolviam todos os seus problemas com a força da coragem e do amor e que, no fim, encontravam a felicidade de forma inimaginável.

Pura mentira.

Aos poucos passei a ver que não importa o quanto de amor ou de coragem você tenha: os problemas sempre irão te abalar. Seja em um sonho, seja por um segundo, um minuto, uma hora, um dia, uma semana, um mês, um ano... Os problemas sempre conseguirão tirar a tua paz, sempre te farão pensar em demasia, te farão refletir sobre o que vale a pena conquistar ou deixar escapar por entre os dedos.

Invejei tanto os super-heróis que conheci e hoje os vejo desmitificados. Vejo que o Homem Aranha chora, que o Arqueiro Verde nada mais é do que um homem amargurado e que foge dos seus amores. Vi que o Flash, mesmo com a sua incrível velocidade, nem sempre consegue salvar aqueles que ama. Não. Não importa quanta bravura, quanta força, quanto amor tenhamos. Nós somos fracos.

Amar, chorar, sofrer... Não importa quanta dessas ditas “fraquezas” tenhamos. Não importa o quanto queiramos ser o super-herói de alguém ou o quanto tentemos “salvar o mundo ao nosso jeito”. Ninguém consegue ser tão frio a ponto de não sentir nada. Ser um herói está além da frieza e da razão. Ser um herói está além dos sentimentos. Não é apenas sobre ter a capacidade de guardá-los dentro de você para que as pessoas ao seu redor não se preocupem. Ser um herói exige altruísmo. Ser um herói requer coragem. Ser um herói é viver, mesmo com tudo aquilo que possa nos fazer doer.

No fim das contas, acredito que todos nós somos os nossos próprios super-heróis. Ou, talvez, ainda possamos ser.

Texto Originalmente publicado em 27 de março de 2015.

Revisado em 24 de dezembro de 2020.


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