Depois do Fim

“Tudo tem um começo e um fim. Seja o amor, a dor, a vida. Até a morte, do ponto de vista espiritual, tem o seu fim. São passos, compassos, medidas, pesos, balanças; coisas que vão nos guiando aos tais finais, sejam eles felizes ou não.

Eu defino a vida em ciclos, temporadas de uma ‘série’, coisas que começam de uma forma, terminam e, em seguida, recomeçam, iniciam-se novas histórias e por aí vai. Por mais que a série seja feliz e tenha boa audiência, existem coisas que acabam perdendo o seu valor ou a sua graça ao longo dela. Seja um amor, uma amizade ou outra, uma tristeza, um sonho ou um simples sorriso no rosto.

Os finais sempre chegam.”

Quando comecei a escrever o trecho acima, refletia acerca de dois fins para mim: o de um amor e o de uma fase em que permiti que as opiniões alheias moldassem o meu futuro e o meu eu. Eu teria continuado esse texto se não fosse surpreendido pela notícia do internamento de uma tia e, consequentemente, a sua morte um dia depois.

Peço desculpas àqueles que acreditam que certas coisas na vida não precisam ter um fim, mas eles são necessários. Imagina o quão entediante seria a vida se só tivéssemos momentos felizes? Imagina o quão banal seria a vida se ela fosse eterna? A graça do viver está presente na nossa luta diária por momentos que nos farão memoráveis após a nossa morte. A graça da felicidade é justamente fazer valer a pena todos aqueles momentos tristes e assim seguir com a vida, superando, aprendendo, tirando lições e tentando melhorar cada vez mais.

Sempre achei banal a ideia de que “todos os finais deveriam ser felizes” porque, infelizmente, nem todos serão. O que vale a pena na vida não é esperar aquela felicidade de um final de filme ou de série; mas aproveitar o final, seja ele qual for, e fazer dele um novo começo, uma nova temporada, uma sequência... Fazer desse final uma nova vida!

 

Texto Originalmente publicado em 18 de janeiro de 2016.

Revisado em 28 de agosto de 2021.

 

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