Nosso Adeus
Eu não
consigo elaborar com precisão a ideia de que um dia perdi você. Acho que, na verdade,
a gente não tem como perder aquilo que não se tem e, felizmente, pessoas não
pertencem a outras pessoas. Somos livres para ser, para amar, para viver e, até
mesmo, para partir.
Acho
que aquela foi uma das maiores dores que já vivenciei. Foi como se todos os
meus sonhos e ilusões – não apenas contigo, mas de um “felizes para sempre” –
tivessem escoado pelas minhas mãos. Como é que a gente pode querer ter aquilo
que não se pode ter?
Aos
poucos eu fui aprendendo que amar não é sobre posse e acredito que isso deveria
ser ensinado desde a nossa infância – o que eu acredito que pouparia inúmeras
crises. O fato é que, independente da sua vontade de ficar ou não, eu nunca
entendi o porquê de você ter partido. Não sei se foi porque você se cansou, se
conheceu um outro alguém, se simplesmente queria ficar só, se havia algum
problema que não queria compartilhar comigo... Tantos e tantos cenários que me
trouxeram a quem eu sou agora.
Eu me
perdi em você.
Eu me
perdi com você.
Eu me
perdi quando você se foi.
Talvez,
se eu não tivesse te conhecido, tudo fosse diferente. Talvez eu não tivesse me
assustado, talvez eu não tivesse experienciado tanto medo, tanta angústia...
Porém, talvez eu não tivesse vivenciado também tanto amor, tanta paixão e todas
as outras coisas boas que só com você eu consegui sentir.
Você
se foi. Não apenas naquele dia. Partiu das mais variadas formas e mesmo que eu
saiba por onde você anda, é como se nunca tivéssemos nos conhecido. Você mudou,
eu também. Porém, vou sempre lembrar que foi em meio aos seus abraços que eu me
perdi, mas que foi também, ali, onde eu tive a chance de me reencontrar.
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