Sentimento #007 - O Passar do Tempo
“A um certo momento batem às nossas costas um pesado portão, fecham-no a uma velocidade fulminante, e não há tempo de volta”
“[...]
o que era bom ficou para trás, muito para trás, e ele passou adiante, sem dar
por isso. Ah, é demasiado tarde para voltar [...]”
-
Dino Buzzati (em O Deserto dos Tártaros)
Ainda me lembro, com precisão,
de certos momentos de minha vida – tanto dos bons, quanto dos ruins. Em certas
horas, o tempo parece passar tão vagarosamente; e, então, como num piscar de
olhos, tudo aquilo passou, ficou para trás. Histórias que se findaram, amizades
que partiram, pessoas queridas que morreram, vidas que seguiram em frente e que
não mais se cruzaram com as nossas.
É estranho pensar que o mesmo
tempo, que em certas horas parece se arrastar, pouco tempo depois já terá
seguido o seu curso e não mais poderá voltar. O futuro tornar-se-á presente e
este será reduzido a uma simples lembrança. O tempo voa, urge, e nos mostra,
seja com o apodrecer de uma maçã ou com as rugas em nossos rostos, a sua
intensidade e soberania.
E o passado? E o futuro?
Do primeiro, nos sobram as
lembranças. Do segundo, as expectativas e as esperanças.
E a nós?
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