Doce Passado

Às vezes, sinto que eu gostaria de voltar no tempo, em especial, certos momentos que sei que nunca mais poderei repetir. Queria dar novos abraços, novos beijos; queria poder viver certas histórias mais uma vez, nem que fosse para tentar recuperar um pouco daquele cara que um dia eu fui.

Eu queria poder me sentir tão vivo quanto lá atrás.

É estranho. Com o tempo, as coisas parecem mudar drasticamente. Tudo fica mais frio, mais distante e nada, absolutamente nada, é possível de ser vivido mais uma vez. Acho que essa é a maior angústia – e, também, o maior alívio – que pode existir: nada do que já vivemos pode ser revivido.

Olhar para o passado só é possível através das nossas lembranças. Sentimos certos cheiros, ouvimos certas músicas, vemos certas pessoas ou lugares, mas, ainda assim, é impossível – ou praticamente quase impossível – reviver uma antiga história, um antigo amor. É impossível matar a saudade de alguém que já se foi. É impossível viver novamente uma das nossas mais doces e felizes memórias.

Acredito que seja por isso que muitos de nós fiquemos presos ao passado. É difícil se libertar quando experimentamos certas sensações, certos afetos. É como se tivéssemos experimentado uma forte droga que parece ter nos deixado viciados durante um período. Quando ela deixa de existir, vem a abstinência, o desejo, a saudade de sentir tudo aquilo mais uma vez...

Não. Eu não me refiro ao amor. A verdade é que este meu saudosista Eu sente falta de certas pessoas, certos abraços, certas histórias... Tantas e tantas coisas vividas que foram deixadas para trás e que não podem mais ser sentidas, nem mesmo por uma mísera vez. Eu, simplesmente, não consigo esquecer as boas e felizes histórias que vivi. Sonho com elas, as desejo... Talvez seja uma forma de tentar mantê-las vivas dentro de mim para que, assim, eu possa saber que, algum dia, eu consiga viver sensações tão parecidas quanto elas... Para que eu possa, algum dia, viver novamente.

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