Sentimento #033 – A Saudade de Quem Já Se Foi
“É
importante não transformar os mortos em santos. Ninguém consegue andar à sombra
de um santo.”
–
Jojo Moyes (em Depois de Você)
Eu me acostumei com a morte
ainda muito pequeno. Talvez acostumar não seja a palavra certa, mas a verdade é
que eu comecei a lidar com ela aos meus três anos de idade. Sempre me pareceu
estranha – apesar de real – a sensação de alguém simplesmente não estar mais
ali.
Conforme eu crescia, fui
percebendo ao meu redor uma certa santificação daqueles que haviam morrido. Era
como se eles fossem pessoas perfeitas, incapazes de cometer erros. Aquilo me
incomodava... Eles eram humanos e, obviamente, capazes de também errar. Porém,
eu percebia que qualquer erro era relevado, era como se não importasse, como se
apenas os aspectos positivos daquele ente querido importassem.
Demorou um tempo até que eu
pudesse tomar consciência do que realmente significava perder alguém que
amamos. Eu descobri que aquilo tudo não se tratava apenas da morte, mas
principalmente do amor. A verdade é que amar alguém não significa ignorar os
seus erros e defeitos, mas tentar, de algum modo, conciliá-los – juntos –,
buscar maneiras de estar perto sem machucar o outro – embora isso seja, muitas
vezes, difícil de se conseguir.
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