Vazios em Nós

Às vezes, eu sinto um vazio dentro de mim. É como se houvesse um buraco, uma falta, algo que eu preciso/quero preencher. Durante muito tempo tracei uma busca incessante para descobrir o que seria essa coisa. Acreditei que pudesse estar em amizades, em relações amorosas, em objetivos de vida, em uma formação, em alguma atividade... Mas não. Nada parecia me satisfazer.

Era estranho me sentir assim. A sensação de incompletude me deixava inquieto, como se eu tivesse a obrigação de saber aquilo que eu sentia falta, mas que, por algum motivo, eu não conseguia compreender realmente o que era.

Era um vazio. Um terrível vazio que me consumia de dentro pra fora, sugando todas as minhas energias, sem me deixar com forças para encontrar uma direção e sem me dizer o que é que realmente estava faltando.

Dia desses, acho que finalmente compreendi o que parecia me faltar. Eu estive errado por muito tempo, achando que eu deveria buscar algo específico e que isso me livraria dessa angústia... Qual não foi a surpresa ao saber que esse vazio não é mais o mesmo de tempos atrás.

Acho que todos carregamos certos vazios, certas faltas. Coisas que buscamos, que queremos, que desejamos – conscientemente ou não. E então nos vemos lançados no mundo, sem a perspectiva – muitas vezes – de saber aquilo que queremos e com inúmeras formas pré-estabelecidas sobre o que devemos querer.

No fim das contas, me parece que esse “vazio” é algo mutável. Não existe o perfeito equilíbrio. Vivemos constantemente em desordem. Quando uma necessidade é atendida, outras surgem e, assim, sucessivamente. O meu erro foi ter acredito, por muito tempo, que aquele vazio era único e eterno.

Não creio que haja uma fórmula exata para combater esses vazios – nem sei se eles algum dia chegarão a ser preenchidos. Acredito que a única forma de aliviar essa angústia é tentar descobrir quem realmente somos e o que realmente queremos. Enquanto continuarmos nossas vidas tentando ser o que os outros esperam de nós, estaremos fadados à infelicidade e ao fracasso. Acho que a melhor forma de aliviar qualquer angústia que exista dentro de nós é partindo em uma jornada rumo ao conhecimento de nós mesmos.

Somente nós saberemos o que pode nos preencher e, principalmente, o que queremos ser.  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Resposta da Ninfa ao Pastor – Walter Raleigh

Sentimento #016 – O Significado do Amor