Sentimento #031 – A Tal da Felicidade
“‘Então
você não acredita na busca da felicidade?’
Não.
Acho que é uma falácia. Não se pode adquirir felicidade. A felicidade acontece
e é um estado transitório.”
–
Fritz Perls (em Escarafunchando Fritz)
Há muito tempo deixei de
acreditar na felicidade como um objetivo, como algo pré-definido. Demorei boa
parte da minha vida para perceber que ser feliz não é sobre um lugar de
chegada, mas sobre a jornada – como acredito que alguns pensadores já disseram
antes. Parecemos viver em uma busca desenfreada para alcançar um certo
propósito de felicidade, como se nada mais pudesse nos fazer tão felizes quanto
aquilo.
O problema é que, ao depositar
toda a nossa chance de felicidade em algo longínquo, cometemos dois graves
erros. O primeiro é a fuga do agora para o futuro, uma espécie de expectativa
criada ou uma fantasia de uma felicidade pura e genuína apenas naquele
objetivo. O segundo nada mais é do que o enfrentamento da frustração. Na
maioria das vezes, os nossos planos parecem não condizer com a realidade. Eles
dependem de vários fatores e nem sempre acontecem conforme os nossos planos.
Viver é imprevisível.
Não acredito que exista uma regra geral da felicidade. Muito menos acredito que o viver integral no presente seja capaz de nos deixar eternamente felizes. É justamente por causa dessa imprevisibilidade, dessa incerteza do que o nosso futuro pode vir-a-ser, que a felicidade parece ser tão preciosa, não apenas nos momentos felizes, mas também nos de tristeza, como um referencial, algo que desejamos – genuinamente – ter, ou melhor dizendo, vivenciar.
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