A Mística Arte de Não Ser


Ser algo é frustrante. Não que eu esteja menosprezando o ato de “ser”, longe disso, a verdade é que, para mim, ser algo é impensável, inconsistente e principalmente aprisionante. Não imagino prisão mais torturante do que o fenômeno “Gabriela”, aprisionado dentro do próprio ser, imutável e rígido. Que horror!

A própria história humana é um belo tapa na cara da ridícula rigidez de pensamentos. Somos seres mutáveis e em constante metamorfose – alguns não, infelizmente – e buscamos sempre novas experiências de ser. Aqui eu mando um salve pro Raul, que geniosamente resumiu meus pensamentos quando declarou: “Prefiro ser essa metamorfose ambulante”. Liberdade é ser uma metamorfose ambulante. E é assim que levo meus dias: não sou hoje quem eu era ontem e não serei amanhã o que fui hoje. A incrivelmente mística arte de não ser nada é o verdadeiro segredo.

Eu sou humano, mas às vezes sou artista, às vezes sou ator e em alguns momentos sou escritor. No fim do dia, eu sou mais um nada, dentre os quase oito bilhões de nadas vivendo em uma grande bola – sim terraplanistas, vivemos em uma grande bola. Surpresa! – vagando em um grande nada escuro e cheio de outras bolinhas. Seja sincero(a/e), é mágico, terrivelmente mágico. Então senta na sua cadeira, e assuma a beleza de ser um nada! 

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