Dor de Amor

Hoje eu queria falar de amor, mas não sei se ainda consigo escrever qualquer coisa sobre ele. Pensei então em falar da dor, mas acho que talvez isso seja mórbido demais. Acho que talvez eu fale da dor de amor, daquela sensação angustiante de que o seu coração se encontra em pequenos pedaços dentro do teu peito e que nada nem ninguém será capaz de repará-lo.

Acho que a maioria das pessoas já deve ter vivido alguma história de amor, tenha sido ela concretizada ou não. Parece que somos ensinados desde a nossa mais tenra infância a amar, o que nos leva a pensar que talvez esse sentimento seja algo inato dentro de nós. O que não é... Não acho que tenhamos uma tendência natural a amar. Somos ensinados a amar.

Acredito que a dor de amor deva se configurar uma das dores mais insuportáveis que podem existir. Afinal de contas, sentimos dor sem estarmos fisicamente machucados, buscamos uma cura que ainda parece não existir... Ninguém sabe como colar um coração partido figurativamente.

Talvez o amor seja isso... Uma grande metáfora atribuída a uma relação com alguém especial, que nos cativa, que nos incita, que nos excita, que nos provoca, que nos motiva, que nos faz sorrir, que nos faz, simplesmente, desejar... Aprendemos o que é o amor e então usamos esse termo para designar a nossa relação com um certo alguém, mas a verdade é que, no fim das contas, ninguém sabe realmente o que é o amor, ninguém sabe descrevê-lo, ninguém sabe decodificá-lo... O amor é uma mera explicação fictícia para algo que não sabemos e que, talvez, nunca saberemos o que é.

Hoje eu quis falar de amor, mas sinto o meu coração pedaços. Sinto uma dor forte e latente em meu peito que não sou capaz de explicar. Uma dor que me corta por inteiro, que me faz ter a sensação de estar sangrando até a morte, mas que, em momento algum, derramou uma única gota de sangue... No fim, acho que talvez o amor seja uma palavra bonita que usamos para descrever aquele sentimento estranho que nenhuma palavra é capaz de definir. Já a dor de amor... Ela é a perda de algo ou alguém especial demais e que não queríamos jamais perder, mas que já não está mais ali...