Um Brinde ao Amor


Dia desses comecei a pensar sobre o amor. É engraçado que tanto falamos sobre amar alguém, mas nunca sabemos o que é o amor de fato. Não sabemos se é uma imagem, se é uma sensação, se é um mero sentimento... Me parece que o amor é algo com um quê de mito, algo que ultrapassa a realidade, mas que, ao mesmo tempo, se faz presente nela.

O engraçado é que comecei a refletir sobre o amor ideal, aquele do “felizes para sempre”, aquele amor único e especial que um dia superará todas as outras histórias de amor, que surgirá como um ator iluminado unicamente pelo foco em meio a tantos outros atores e atrizes. Acho que essa seria uma boa metáfora.

Passamos nossas vidas buscando viver um grande amor. É agora? Será que agora vai? Será que ela/ele é o grande amor da minha vida? Tantas questões, tantas dúvidas, tantos desejos... E então nos vemos presos a um ideal de amor, a algo que ocorre tão raramente, mas que, mesmo assim, acreditamos ser o que todos nós um dia encontraremos.

A verdade é que são raras as histórias de amor eterno. As maiores histórias de amor terminam com as desilusões, as traições, as mágoas, os caminhos distintos e uma enorme sensação de não ter feito aquilo dar certo como poderia. Buscamos e nos cobramos um amor perfeito, idealizado, mas, na verdade, eles representam apenas as exceções. As maiores histórias de amor são as reais, que surgem no dia-a-dia, que acabam rapidamente ou após alguns anos, nas quais separamos e voltamos, nas quais tentamos, de todo modo, fazer tudo aquilo funcionar. Amamos mais de uma pessoa ao longo de nossas vidas, mas não temos a certeza de que um dia viveremos uma grande história de amor. Acho que talvez seja por isso que nos decepcionamos tanto: buscamos em cada fagulha de paixão, em cada princípio de amor, aquele amor idealizado de filmes e novelas... E eles nem sempre acontecem.

O amor real se cansa, se machuca, perdoa e pede perdão... E aqui não faço uma apologia aos relacionamentos abusivos e aos relacionamentos tóxicos, muito menos digo que devemos aceitar sermos machucados e perdoar. Não... Pelo contrário. Amar alguém é questão de momento, prosseguir com esse amor é algo que depende de inúmeras outras variáveis às quais eu jamais serei capaz de descrever. Passamos a vida inteira buscando os amores ideais que esquecemos que a maioria das histórias de amor são aquelas que acabam em algum momento. Buscamos a eternidade de um amor sendo que nem nós mesmos duraremos para sempre...

Um brinde às histórias de amor! Às eternas e às passageiras, às calmas e as turbulentas, às tranquilas e às intensas, a todas aquelas histórias de amor que existiram pelo nosso simples desejo de amar...

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