A Presente Ausência de Amar
Acho que não sinto mais a tua
falta. Talvez eu nunca a tenha sentido verdadeiramente... Não foi a tua
presença que me fez sentir tudo aquilo que eu sentia por você, mas a tua
ausência. Sinto falta não de você, mas de tudo aquilo que tínhamos entre nós...
Sinto falta das nossas conversas, das músicas trocadas, das risadas
compartilhadas, das horas perdidas (ou conquistadas) em meio a diálogos sobre a
vida e a existência humana... Acho que assim fomos nós... Uma verdadeira mistura
de tudo aquilo que pode se ter ao amar alguém, mas, mesmo assim, sem nunca
poder concretizar aquela história de amor utópica.
Não fomos reais. Talvez tenhamos
sido uma mera ficção criada por nós mesmos em meio a todos os nossos escritos e
expectativas. Uma história de amor inventada que, por mais que tivesse tudo
para ser concluída com um beijo apaixonado ao final do livro, acabou por se
esvanecer ao longo do tempo. Um amor perdido em meio a tudo aquilo que vivemos
e que poderíamos ter vivido.
Talvez seja por isso que eu não
sinta mais a tua falta – se é que eu algum dia eu pude sentir algo assim.
Afinal de contas, como se pode sentir a falta de algo que nunca se esteve
presente? Como é possível sentir a falta de um amor que fora fruto de uma
história que nunca verdadeiramente existiu? Uma ilusão, uma ficção...
Acredito que eu tenha te amado
da forma mais intensa e verdadeira possível. Porém, ainda assim, é como se, no
final das contas, você nunca tivesse existido... Como se você fosse uma mera
fantasia criada pela minha mente com o intuito de me fazer viver uma das mais
incríveis histórias de amor que já pudera existir...
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