Sentimento #045 – A Hora de Partir

“[...] é difícil tentar cicatrizar as minhas feridas com o mesmo homem que as provocou.”

– Cecelia Ahern (em Simplesmente Acontece)

Acho que uma das coisas mais sábias – e difíceis – em uma relação é saber a hora de partir. Às vezes, ainda motivados pela ideia de um amor eterno, tentamos insistentemente fazer aquela história seguir em frente. Por mais que as duas partes desejem fazer aquilo dar certo, muitas vezes chegamos ao momento em que não há nada mais a ser feito, a não ser partir.

É difícil dizer adeus a um grande amor. É difícil imaginar que aquela pessoa dali em diante estará nos braços de um outro alguém. É difícil ter de se acostumar à ausência de um alguém que você tinha por perto praticamente todos os dias. Porém, também é difícil seguir em frente em uma história de amor que parece não mais funcionar como antes apesar de todos os esforços. Passamos a nos magoar e, também, a magoar o outro...

Na tentativa de seguir com aquela relação, acabamos, muitas vezes, presos em um looping de mágoas constantes e que tardam a se cicatrizar. É como se machucássemos a nossa mão todos os dias em um mesmo lugar. Aquela ferida nunca chega a cicatrizar, infecciona e a dor vai, aos poucos, tornando-se cada vez pior.

Acredito que saber a hora de partir é algo não apenas necessário para nós, mas também para a pessoa que amamos e para a própria relação em si. Talvez um dia você e aquele alguém se reencontrem e possam, então, se amar novamente – ou não. A verdade é que, enquanto continuamos a nos machucar em prol de um amor eterno ou de um “felizes para sempre”, acabamos por destruir pouco a pouco o resto de amor e de carinho que ali ainda podia existir. Saber dizer adeus ou, simplesmente, saber a hora de partir – por mais doloroso que possa ser – é não apenas uma forma de cuidado conosco, mas também uma forma de respeitar aquele alguém que tanto amamos e, também, tudo aquilo que vivemos juntos. 

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