Solidão
Vi
uma ilustração um dia desses, nessa imensidão das redes “sociais”, que mostrava
uma pessoa sentada em um banco, com o rosto iluminado pela luz fantasmagórica
do celular a sua frente. O fundo da ilustração era uma porção de “likes” e comentários.
O título: “solidão”. Como eu amo os artistas e o poder que eles têm de nos
fazer refletir.
Sentado,
aqui, de frente ao meu computador, com o mesmo brilho fantasmagórico iluminando
o meu rosto, eu sinto que esse sentimento de solidão é tão comum quanto tantos
outros. Diversas vezes, mesmo acompanhados, nos sentimos sós, e isso reflete a
volatilidade das relações humanas desse século. O famoso século 21 que “uniu”
as pessoas. Que loucura é se sentir só com tanta gente ao redor... Tem crescido
o desejo de compartilhar, de qualquer forma e com qualquer um, um pouco de nós,
um pouco do que somos e como pensamos. Um grito de desespero no meio do
silêncio ensurdecedor da internet.
Nos rendemos a “challenges” e dancinhas para gritar por atenção. EU EXISTO, ME VEJA! POR FAVOR! E nos perdemos no meio dos muitos “eus” que criamos. Que atenção é essa que tanto buscamos? Que companhia realmente queremos ter? Larga esse texto, desliga essa tela de brilho fantasmagórico e se leia. Aí dentro desse corpo pulsante, tá sua melhor companhia. Câmbio, desligo.
Comentários
Postar um comentário