Sentimento #044 – Somos Mutáveis
“Uma
cebola engraçada também, como vejo. Não, acho que você se parece uma porque tem
várias camadas, Rosie Dunne, e a cada ano que passa uma nova camada sua é
descascada. Acho que tem muito mais camadas aí embaixo do que as pessoas
pensam.”
–
Cecelia Ahern (em Simplesmente Acontece)
Às vezes me olho no espelho e
pareço não mais me reconhecer. É como se, de algum modo, eu ainda esperasse
encontrar ali o mesmo reflexo que eu tinha há dez, doze anos atrás...
Sempre tive medo das mudanças.
Lembro que ficava extremamente angustiado diante de qualquer situação à qual eu
não estivesse acostumado. Jurava para mim mesmo que jamais deixaria de ser
aquele garoto doce e sonhador que eu era... Pura ilusão.
Hoje, crescido e com os meus
vinte e tantos anos, tenho me tornado um verdadeiro fã das mudanças, não apenas
em mim. Acho que talvez seja isso que mais me cative na existência humana nos
últimos tempos: somos capazes de mudar! Por mais difícil que seja, por mais
doloroso que seja, somos capazes de sempre tentarmos encontrar uma versão
melhor de nós mesmos diante das circunstâncias que surgem diante de nós. Acho
que, apesar de muitas vezes mudarmos para aquilo que pode ser considerado
“pior”, ainda assim, me encanto com a mutabilidade das coisas, com a
possibilidade de nos transformarmos em versões melhores e piores de nós mesmos.
Agora, já um pouco mais velho do que antes, tenho tentado constantemente encontrar uma nova versão de mim a cada dia. Não quero me estagnar, não quero simplesmente deixar de ser, mas quero sempre vir-a-ser... Melhor, maior, mais velho, mais doce, mais tudo aquilo que eu desejo ser. Acredito que a minha versão de dez ou doze anos atrás – que ainda reside em mim – deve estar muito orgulhosa de quem me tornei.
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