A Segunda Vez
É
estranho como as coisas simplesmente mudam em nossas vidas com o passar do
tempo. Deixamos de gostar de algumas delas, passamos a gostar de tantas
outras... E, mesmo assim, mesmo com todas as diferenças dessas “versões” de
nós, ainda parecemos os mesmos.
Dia
desses resolvi assistir novamente uma das minhas séries favoritas, que, lá
atrás, no começo de 2014, foi responsável por uma grande mudança em minha vida.
Eu estava bastante ansioso para chegar em um determinado episódio – o qual era,
até então, o meu favorito e o mais marcante. Porém, após assisti-lo, me vi
diante de uma certa crise existencial. Ele não era como eu me recordava.
Eu não
mais me sentia tão identificado com o protagonista, com a história... Com quase
nada. Havia apenas uma sensação estranha, uma mistura de expectativa frustrada
com um desejo por algo a mais. O episódio continuara o mesmo ao longo de quase
sete anos, mas eu não... Eu mudei.
A
verdade é que eu não sou mais aquele garoto assustado e apaixonado de outrora.
Não tenho mais comigo aquele ideal romântico utópico que eu carregava comigo.
Não tenho mais aquelas expectativas, aquela doce e sutil esperança de encontrar
um grande amor. Sete anos se passaram e eu me tornei uma versão bem diferente
de mim mesmo, sem a mesma cor de antes, sem os mesmos desejos, sem acreditar
naquele “algo mais” que antes parecia me mover.
Mudamos constantemente. Diariamente. Não temos como esperar sermos os mesmos que éramos há algum tempo atrás. Talvez essa seja a maior causa das frustrações nas relações humanas... Esperamos que o outro continue a ser aquela pessoa especial, daquele momento especial, que tanto te marcou, que tanto te tocou... A primeira vez e a segunda são separadas por uma infinidade de possibilidades e se agarrar a apenas uma delas é uma tentativa inútil de controlar aquilo que jamais poderá ser controlado: o viver. Então que brindemos às segundas vezes, ao que se mantém, ao que se modifica e, ainda melhor, àquilo que ainda estará por vir.
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