Necessário

Nos últimos dias tenho pensado bastante sobre as ausências. Uma frase, então, brotou em meio aos meus devaneios:

“Se a tua ausência não é sentida, a tua presença não é vista como importante.”

Perceber isso foi doloroso, mas foi algo extremamente necessário.

Há um bom tempo tenho sentido certas ausências em minha vida, mas que não tinham explicações aparentes. Eram pessoas com as quais eu amava conviver e que, aos poucos, foram sumindo. É inegável a discussão de que somos passageiros nas vidas uns dos outros, mas mesmo assim... Ter essa compreensão não me impede de sentir a falta dessas pessoas – o que é algo bastante doloroso.

Com a pandemia, me vi distante de muitas pessoas com as quais convivia. Algumas por causa da falta de tempo, outras pela falta de interesse... Porém, algumas, em especial, doeram mais do que tudo. Eram pessoas mais do que especiais para mim e que, abruptamente, num curto intervalo de tempo, foram embora sem ao menos dizer adeus.

Foi olhando as últimas conversas com aquelas pessoas que eu percebi que eu era apenas alguém necessário... O ombro amigo para as horas de desespero, a pessoa que estaria ali para aconselhar, para acolher... Só que a recíproca não era verdadeira. Ali, com aquelas pessoas, as minhas dores não eram válidas... Elas não eram importantes. Eu era apenas alguém necessário. Nada mais.

Talvez seja doloroso e, até mesmo, cruel perceber isso. Perceber essas ausências... Mas a verdade é que, enquanto eu estava longe dessas pessoas, ninguém pareceu sentir. Não teve importância... Talvez seja sobre isso que a frase que martelou em minha cabeça queira dizer... Se a tua ausência não é sentida, a tua presença não é vista como importante... Talvez, nesses casos, você seja apenas necessário... Nada a mais.

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