Pelo Direito de Correr Riscos

Eu precisava de um texto para hoje. Tentei escrever algo, mas não consegui me inspirar com absolutamente nada. A alternativa seria recorrer a um dos textos programados para setembro, mas mesmo assim... Essa ideia não me agradava. Dia desses, conversando com meu amigo – e parceiro de blog – Gabriel Sena, falei sobre a minha dificuldade em fugir do roteiro, em precisar improvisar coisas de surpresa. Gosto de seguir a rotina, gosto das coisas programadas, agendadas, acertadas... O estranho, o inesperado, me assusta – e muito!

Engraçado que, nos últimos dias, tenho me permitido viver algumas coisas diferentes. Desde a minha desorganização para com os textos de agosto às minhas leituras atrasadas, não tenho seguido muito os roteiros criados por mim mesmo. E como diriam os influencers: e está tudo bem.

No último sábado, fui assolado por uma tristeza descomunal. Não tive forças para fazer absolutamente nada. Apenas me mantive deitado, ouvindo música, descansando... A vontade de chorar me consumia. Fiquei assim até o final da tarde, quando, indo contra os meus desejos de me manter afastado das redes sociais, abri o Instagram e vi uma publicação indicando um concurso oferecendo uma bolsa em um curso de formação que eu planejava fazer daqui a um ou dois anos. Sem pensar muito, escrevi o comentário e enviei a publicação para alguns amigos pedindo que curtissem o que eu escrevera.

Eu nunca me imaginei enquanto um cara de sorte... Na verdade, nunca ganhei sorteio, concurso, rifa... Absolutamente nada! (E agora me recordo de um urso enorme que ganhei em uma rifa! Não me lembro onde ele foi parar.) Enfim... Continuei a enviar a publicação para as pessoas e em menos de seis horas – sendo que o concurso tinha sido lançado três dias antes – ultrapassei a primeira colocada em número de curtidas. Ao final do prazo, eu tinha mais do que o dobro de likes dela.

Uma grata surpresa.

Sempre evitei agir impulsivamente, mesmo quando se tratava de algo que eu desejava muito. E ali, naquele momento, sem nada a perder... Eu resolvi me arriscar. Não esperava ganhar aquele concurso, muito menos que tantas pessoas (555 até o momento) pudessem me apoiar naquela empreitada... Apenas me lancei...

Não ganhei apenas a bolsa para o curso. Ganhei também uma dose de esperança no mundo, nas pessoas ao meu redor e, principalmente, em mim... Nos meus desejos, nos meus sonhos, nas minhas vontades... Em tudo aquilo que eu deseje realizar. Talvez era disso que eu precisava... Apenas uma dose de coragem. Um simples direito concedido por mim e para mim a correr riscos... Talvez, no fim das contas, se arriscar não seja de todo mal... Talvez fugir dos roteiros seja bom de vez em quando...

Quem sabe?

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