Sentimento #051 – creScER
“Engraçado,
porque, quando a gente é criança, acredita que pode ser tudo o que quiser, ir
para onde se tem vontade. Não há limites. Você espera o inesperado, acredita em
mágica. Aí você cresce e a inocência acaba. A realidade da vida mostra a sua
cara e você se sente golpeada quando constata que não pode ser tudo o que quer
e que só precisa se conformar com um pouco menos do que aquilo que havia
imaginado.
Por
que deixamos de acreditar em nós mesmos? Por que permitimos que os
acontecimentos ou os números ou qualquer outra coisa além dos nossos sonhos
governem a nossa vida?”
–
Cecelia Ahern (em Simplesmente Acontece)
Quando eu era pequeno, sonhava
em crescer. Imaginava que, quando eu me tornasse adulto, todos os problemas
seriam facilmente resolvidos, que o envelhecer era uma dádiva e que, a cada
aniversário, eu me tornaria uma versão melhor de mim mesmo, mais poderoso, mais
bonito, mais confiante, mais inteligente, com mais amigos... As coisas não
foram bem assim...
Não me arrependo de muitas das
coisas que vivi. Hoje me orgulho de cada uma delas, principalmente dos meus
erros – eles me fizeram mudar mais do que os acertos, me levaram a repensar a
minha trajetória e a me tornar uma melhor versão de mim. Porém, esse
crescimento não é linear, como uma reta crescente. Pelo contrário... Crescer é
algo doloroso, repleto de altos e baixos, com choques, com surpresas e, muitas,
muitas coisas que ninguém jamais nos ousou ensinar. Aprendemos a crescer na
marra, com todos os baques, com todas as vitórias...
Às vezes não podemos ser tudo o
que queríamos ser quando éramos crianças... Às vezes paramos de acreditar em
nós mesmos... Às vezes nos jogamos em relações e empregos que não nos
satisfazem por um mero comodismo...
Acho que crescer se trata sobre aprender na prática aquilo que sequer fomos ensinados. Aprendemos com nossos erros e acertos, experimentando na carne tudo aquilo que desejamos ou repudiamos... Crescemos em meio aos nossos desejos, às nossas inseguranças... Talvez, se eu desse um conselho ao meu eu de vinte anos atrás, eu provavelmente diria para ele ser sempre ele mesmo, a lutar pelo que quer... Eu também lhe diria que isso tudo iria doer – e muitas vezes iria doer mais do que o suportável –, mas que a satisfação de saber que você é quem realmente quer ser... Isso não tem preço.
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